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Política

Lava Jato investiga doações a Lula e “evidência” de desvio da Petrobras

Aline dos Santos | 04/03/2016 11:07
Ex-presidente Lula (à direita) foi detido hoje na 24ª fase da Lava Jato. (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
Ex-presidente Lula (à direita) foi detido hoje na 24ª fase da Lava Jato. (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

Alvo da 24ª fase da operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é investigado por suspeita de favorecimento em imóveis e por R$ 30 milhões de doações de empresas ao Instituto Lula e a LILS Palestras.

Conforme nota divulgada pelo MPF (Ministério Público Federal) do Paraná, “há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras por meio da destinação e reforma de um apartamento triplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por transportadora. Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras”.

Segundo o MPF, o instituto recebeu R$ 20 milhões em doações de empreiteiras e a LILS, empresa de palestra que tem as iniciais do ex-presidente, recebeu mais R$ 10 milhões.

De acordo com o G1, os investigadores querem saber se os recursos vieram de desvios da Petrobras e se foram usados de forma lícita. Parte do dinheiro foi transferido do Instituto Lula para empresas de filhos do ex-presidente, e o MPF apura se serviços foram de fato prestados.

O MPF afirma que 47% das palestras da LILS foram pagas por empreiteiras envolvidas na Lava Jato: Camargo Corrêa, Odebrecht, UTC, OAS, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez. As mesmas empresas são responsáveis por 60% dos recursos do Instituto Lula entre 2011 e 2014.

Durante entrevista coletiva, a Receita Federal informou que há “confusão operacional e financeira” entre as entidades. Uma é tributável, a outra tem isenção. Segundo a Receita, as cinco maiores empresas que pagaram palestras para a LILS são as mesmas empresas que doaram os maiores valores para o Instituto Lula.

A operação nesta sexta-feira conta com 200 policiais federais e 30 auditores da Receita Federal, Lula foi detido às 6h em sua casa, em São Bernardo (SP) e levado para prestar depoimento no aeroporto de Congonhas. A ação foi deflagrada um dia após o vazamento da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT), que acusa Lula e a presidente Dilma Rousseff (PT) de tentarem atrapalhar as investigações da Lava Jato.

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