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Política

Lista de contratados via convênios ilegais tem até parente do prefeito

Paulo Yafusso | 02/05/2016 16:35
Até o início de junho, promotor de Justiça Fernando Zaupa recebe a lista de todos os contratados pelo convenio com a Omep e a Seleta (Foto: Marcos Ermínio)
Até o início de junho, promotor de Justiça Fernando Zaupa recebe a lista de todos os contratados pelo convenio com a Omep e a Seleta (Foto: Marcos Ermínio)

O detalhamento da lista com os nomes, lotação e salário dos 4.300 contratados pelos convênios assinados pela Prefeitura com a Omep e a Seleta, deverá trazer outras irregularidades além das já mencionadas pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 1ª Vara dos Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. A de nepotismo.

Indignado com o caso, um leitor do Campo Grande News denunciou que Maria Nely Urbieta Bernal seria parente do prefeito da Capital, Alcides Bernal (PP), um indicativo de contratação irregular de parente no serviço público.

O leitor deu detalhes, como o de que esse nome consta na página 1064 do processo em tramitação na 1ª Vara dos Direitos Coletivos, e que Maria Nely foi contratada no dia 07 de outubro de 2015, ocupando cargo administrativo, com salário de R$ 3 mil. Segundo ele, a contratada seria mãe ou tia do prefeito Alcides Bernal.

Ao fazer uma rápida pesquisa, verificou-se que Maria Nely Urbieta Bernal é professora aposentada e tia do prefeito da capital. No fim do ano passado, ela foi homenageada pelo vereador de Corumbá Evander Vendramini (PP), pelos 30 anos dedicados à educação naquele município. Depois de se aposentar, ela teria vindo morar em Campo Grande.

Pela decisão do juiz, a Prefeitura de Campo Grande deverá apresentar no processo “uma listagem atualizada de todos os contratados pelos convênios, com informações sobre a lotação de cada um, cargo ocupado e o correspondente salário”, e o prazo para isso é até o próximo dia 5 de junho.

Ainda de acordo com o despacho dado pelo magistrado na semana passada, levantamento feito em 2013 por uma comissão criada pelo município para verificar as contratações pelos convênios com a Omep e Seleta, constatou-se situações inexplicáveis, como a contratação de um vigia que estava há dois ano preso, uma mulher que foi contratada para dar cursos mas morava em Ladário, um homem que era contratado pelos dois convênios e pessoas que não apareciam para trabalhar mas que tinham as fichas de frequência preenchidas.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria da Prefeitura para obter informações sobre a contratação de Maria Nely Urbieta Bernal, mas até o fechamento da reportagem não havia recebido retorno.

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