Longe de casa, deputado diz que protesto é "covarde" e "desrespeitoso"
Carlos Marun (PMDB-MS) é presidente da Comissão Especial que analisa a proposta de reforma na Previdência Social na Câmara dos Deputados
O deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) chamou de “desrespeitosa” e “covarde” a forma como transcorrem as manifestações contra a reforma da previdência em Campo Grande, que começaram no Centro e, até este início de tarde, estava na porta do condomínio de luxo onde mora o parlamentar, na Capital. Dezenas de pessoas estão acampadas, em frente ao Damha, sem previsão de deixar o local. Enquanto ele está em Brasília (DF).
“Eu lamento pela forma desrespeitosa e covarde que essa manifestação se processa. Eles apenas estão levando constrangimentos a minha família, meu filho, e meus vizinhos”, diz Marun. “Antes, eu até tinha algum respeito pela manifestação, agora não tenho mais”.
Presidente da Comissão Especial que analisa a proposta de reforma na Previdência Social na Câmara dos Deputados, Carlos Marun, defende que os protestos realizados hoje só trazem transtornos à população e não vai mudar a forma como os parlamentares da casa pensam.
“Nós temos permitido um debate amplo e democrático a respeito da reforma, e agora eles submetem minha família a esse constrangimento. Isso não vai mudar a minha forma de pensar e como os deputados pensam. A reforma da previdência é necessária”, defende o deputado federal.
Marun considera “ínfima” a quantidade de manifestantes que foram às ruas tanto em Campo Grande, quanto na Capital federal. E que os trabalhos sobre a proposta no Congresso seguem normalmente. “Vamos seguir em frente e torcer que haja juízo na cabeça dos manifestantes”, conclui.
Manifestação - Com expectativa de chegar a cinco mil pessoas até o fim do dia, manifestantes estão reunidos em frente à praça do Residencial Damha. Por volta das 11h20, quatro ônibus chegaram com dezenas de pessoas. Carros de som também manobram na área. E cada vez chegam mais pessoas.
O sindicalista Vitor Eduardo César Rojas, 55, diz que vai protestar até a pauta da reforma previdenciária cair. "Queremos que esse absurdo contra os trabalhadores não seja aprovado. Os sindicatos lutaram por anos e isso tudo não vai ser em vão", afirma.
Conforme o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Lucílio de Souza Lopes, os manifestantes terão barracas, comida e no fim da tarde, terá apresentação cultural de artistas regionais. "Vamos ficar por tempo indeterminado".