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Política

Lula diz que integração é “necessidade vital” para América Latina

Vinícius Squinelo | 12/11/2013 23:29
Lula discursou em Corumbá (foto: Diário Corumbaense)
Lula discursou em Corumbá (foto: Diário Corumbaense)

O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou em Corumbá, na noite da terça-feira, 12 de novembro, que a integração entre os países latino-americanos não é opção dos governos, mas uma “necessidade de sobrevivência” para os povos desses países. De acordo com Lula, somente os países que formam o Mercosul, reúnem riquezas que tornam o bloco uma potência não apenas econômica, mas social e cultural.

Segundo informações do Diário Corumbaense, Lula reforçou que unidos, esses países terão uma enorme força econômica. “O Mercosul tem 19,6% das reservas de petróleo do mundo, isso sem contar o pré-sal. Tem ainda 3,1% das reservas de gás natural, ainda sem a Bolívia”, detalhou durante a palestra para aproximadamente 1,5 mil pessoas no anfiteatro Salomão Baruki.

“Os países do Mercosul tem 12 milhões e 789 mil quilômetros quadrados, isso significa três vezes o território da União Europeia. Temos uma população conjunta de 275 milhões de habitantes e o PIB do Mercosul é de 3 trilhões e 500 bilhões de dólares e isso não é pouca coisa”, afirmou o ex-presidente ao justificar a necessidade de formação de um bloco que abranja todos os países da América Latina. “Não é possível querer ser grande, desenvolvido, se não elaborarmos políticas conjuntas com países da América do Sul e Latina”, afirmou, ainda conforme o Diário Corumbaense.

Lula destacou que ao longo de seus oito anos no comando da Presidência da República trabalhou para fortalecer a América do Sul. “Trabalhei contra a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) porque as tratativas dos Estados Unidos não levavam em conta os países menores. Tentei ainda integrar com a África”, disse. A ALCA foi uma proposta feita pelos Estados Unidos, com o objetivo de eliminar as barreiras alfandegárias entre os 34 países americanos, exceto Cuba, formando assim uma área de livre comércio. A estratégia era de gradualmente suprimir as barreiras ao comércio entre os estados-membros, prevendo-se a isenção de tarifas alfandegárias para quase todos os itens de comércio entre os países associados.

Lideranças da cidade estiveram presentes no evento (foto: Diário Corumbaense)
Lideranças da cidade estiveram presentes no evento (foto: Diário Corumbaense)

Cultural - Para o ex-presidente brasileiro, o caminho do desenvolvimento passa efetivamente pela união dos países. Essa aliança multilateral beneficiaria o povo de cada nação. “Integração é criar irmandade entre nós, não é usar a fronteira como um obstáculo. A integração deve ser feita por necessidade de sobrevivência do nosso povo e não por opção. Para mim, ela independe de mandato presidencial, é necessidade vital”, declarou ao afirmar que mesmo fora da Presidência da República, esse tema é defesa recorrente em suas viagens pelo Brasil e pelo mundo.

“A integração não é só fazer carreteras (estradas), pontes, hidrovias. Tem que ser cultural e social, disse, ainda segundo o Diário.

União - Ao destacar o papel do Brasil em liderar esse processo de integração, Lula justificou que o país precisa olhar para seu interior, para suas fronteiras e consequentemente para os países que o circundam na América do Sul. “Temos mais de 15 mil quilômetros de fronteiras, que em 500 anos foram tratadas de forma secundária. É mais que o dobro dos nossos 8 mil quilômetros de costa”, argumentou ao explicar a importância de contato mais intenso com países vizinhos. “Fomos educados para não dar importância aos países da América do Sul porque eram países pobres”.

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