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Política

Lula sobe a rampa e discursa ao povo: "o amor venceu"

A fala foi diante de multidão na Praça dos Três Poderes, numa ensolarada tarde de Verão

Aline dos Santos | 01/01/2023 16:57
Lula discursou ao povo: "chega de ódio, fake news, armas e bombas”. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Lula discursou ao povo: "chega de ódio, fake news, armas e bombas”. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

De frente para o povo, no parlatório do Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), novo presidente do País, fez um discurso em que pediu a união dos brasileiros, prometeu enfrentar as desigualdades e, principalmente, combater a forme, drama que aflige 33 milhões de pessoas.

Vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras. Não apenas para quem votou em mim. Não vou olhar pelo retrovisor do passado, da divisão e intolerância. A ninguém interessa um País em permanente pé de guerra. Vamos reatar o laço, chega de ódio, fake news, armas e bombas. Nosso povo quer trabalhar, estudar e ser feliz. A disputa eleitoral acabou. Não existem dois Brasis”, disse o presidente.

Ao assumir o terceiro mandato, conclamou pela união para o futuro e disse que o amor venceu.

Durante a meia hora de discurso, por vezes interrompido por lágrimas ou por manifestações do público, Lula destacou o combate à fome, forma mais grave de desigualdade.

A volta da fome é o crime mais grave de todos contra o povo brasileiro. A fome é filha da desigualdade. A fome apequena o nosso País, dividido em partes que não se reconhecem. De um lado, uma pequena parcela da população que tudo tem. Do outro lado, a multidão que tudo falta. E a classe média que vem empobrecendo ano a ano”, diz Lula.

Nesta fase, incorporou ao discurso imagens que comovem, como a de uma mãe garimpando o lixo, uma família dormindo ao relento, criança pedido esmola e pedintes com o cartaz “por favor, me ajuda”.

O presidente destacou a criação de ministérios dos povos indígenas e da igualdade racial, além do combate à violência de gênero contra a mulher, seja feminicídio ou salário abaixo do pago aos homens.  Lula lembrou a necessidade de demarcação de terras indígenas, tema que sempre levanta muita polêmica em Mato Grosso do Sul.

O presidente também passou por assuntos que municiam ataques, como o cumprimento de metas fiscais, rumor que deixou o mercado nervoso. “Nunca fomos irresponsáveis com o dinheiro público. Nunca houve e nem haverá gastança alguma”.

As promessas do presidente são baratear os preços dos alimentos, retomar o programa Minha Casa, Minha Vida e a iniciativa da Farmácia Popular. “É o direito de voltar a sonhar. Precisamos reconstruir e transformar o nosso querido Brasil”.

O discurso aconteceu diante de uma multidão na Praça dos Três Poderes, numa ensolarada tarde de Verão em Brasília. Antes, foi cumprido o rito da subida rampa. Ao lado de Lula, cidadãos representantes da diversidade da sociedade brasileira – mulher, negro, indígena, pessoa com deficiência – e a cachorrinha Resistência, adotada desde o período da prisão de Lula em Curitiba.

Entre eles estava o cacique Raoni Metuktire, de 90 anos, líder do povo Kayapó, e Aline Sousa, de 33 anos, catadora de materiais recicláveis do Distrito Federal, que passou a faixa presidencial.

Durante a execução do Hino Nacional, uma bandeira gigante do Brasil foi estendida pelo público.

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