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Política

Maioria defende educação sexual e debate sobre política nas escolas

Levantamento divulgado pela Folha de São Paulo ouviu 2.077 pessoas em 130 municípios do País

Mayara Bueno | 07/01/2019 12:39
Educadores durante protesto na Câmara Municipal, em outubro de 2017, quando foi realizada audiência sobre Escola Sem Partido. (Foto: Marina Pacheco/Arquivo).
Educadores durante protesto na Câmara Municipal, em outubro de 2017, quando foi realizada audiência sobre Escola Sem Partido. (Foto: Marina Pacheco/Arquivo).

Para maioria dos brasileiros, educação sexual e temas políticos devem ser debatidos dentro das escolas do País, segundo aponta pesquisa do Datafolha divulgada nesta segunda-feira (dia 7). A opinião da maioria consultada diverge de projetos apresentados nos últimos anos, como a Escola Sem Partido, de autoria de membros de bancadas conservadoras.

Sobre educação sexual, 54% são a favor, outros 44% contra a discussão e 1% não sabe. O levantamento foi feito entre 18 e 19 de dezembro de 2018 com 2.077 entrevistados em 130 municípios do País, segundo a Folha de São Paulo. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

A discussão de política nas instituições de ensino tem maior apoio, 71% concordam, enquanto 54% apoiam totalmente. Entre os que têm ensino superior, a adesão é maior: 83% acreditam que o tema tem de ser pautado em sala de aula. Já 28% dos que são contra, 20% dizem discordar totalmente e 8% discordam em parte.

Em relação ao apoio sobre debate de questões ligadas à sexualidade, 54% concordam. Do total favorável, 56% são mulheres e 52% homens. Da mesma forma, quanto maior o nível de escolaridade, maior a concordância sobre o debate: 63% têm ensino superior.

Segundo o Datafolha, 35% das pessoas concordam totalmente. Contudo, o mesmo percentual é formado por quem refuta adoção de tema sobre sexualidade nas escolas.

Formam o grupo contra a discussão do tema quem diz ter votado em Jair Bolsonaro (PSL) e evangélicos. Para estas pessoas, o argumento que prevalece é de que o papel da escola é focar no ensino de conteúdos considerados clássicos. Os favoráveis ao tema afirmam, por outro lado, que as instituições de ensino têm um papel maior na formação de cidadãos.

Especialistas apontam que a temática deve ser trabalhada em diversas disciplinas na educação básica e que é uma forma de colaborar com o combate como gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis, homofobia, e violência contra mulher.

O presidente é um dos principais defensores de projetos como Escola sem Partido, que restringe conteúdos de educação sexual, política e religião nas escolas. Em uma fala, logo após o 2º turno, Bolsonaro disse que “quem ensina sexo é papai e mamãe” e que a instituição de ensino tem de se voltar apenas para conteúdos de física, química, entre outras disciplinas básicas para formação.

Dos que declararam voto em Fernando Haddad (PT), no 2º turno, 68% são a favor de discussão sobre educação sexual. Os que votaram no presidente eleito e são favoráveis formam 44%. A respeito do tema sobre política, dos que votaram no petista, 76% são favoráveis, enquanto 71% votaram em Jair.

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