Manifestantes tomam avenida em apoio à Lava Jato, Moro e Bolsonaro
Ato realizado na Capital neste domingo teve duas concentrações, painel do “Super Moro”e fotos de ministros atingidas por tomates
A Avenida Afonso Pena foi fechada na tarde deste domingo (30) por manifestantes que foram às ruas em apoio à Operação Lava Jato e ao ministro Sergio Moro, bem como às propostas defendidas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Vestidos de verde e amarelo, portando bandeiras do Brasil, faixas e cartazes e seguindo carros de som, os grupos se concentraram em frente à sede do MPF (Ministério Público Federal), em um ato que não registrou incidentes.
O subtenente Carlos Marcelo Alexandre, do BPTran (Batalhão da Polícia Militar de Trânsito) estimou em 3,5 mil pessoas o total de participantes do ato, reunindo os dois grupos. A segurança foi feita por 15 policiais militares, distribuídos em 5 viaturas, e uma da Guarda Municipal.
O ato teve dois pontos de concentração. Enquanto um primeiro grupo permanecia em frente à Procuradoria Federal, o outro marchou do Obelisco, no cruzamento com a Rua José Antônio, pela Afonso Pena. Lá, as atividades começaram com a adesivagem de veículos e prosseguiram para gritos de ordem em apoio ao Governo Bolsonaro, seus integrantes a projetos como a reforma da previdência.
Também houve protestos intensos contra a corrupção e personalidades que, na visão dos manifestantes, atrapalham a gestão federal. Foi o caso dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, cujas fotos viraram alvos de tomates lançados por manifestantes.
Do Obelisco, o grupo seguiu pela Afonso Pena cantando o Hino Nacional e palavras de ordem, enquanto ostentavam faixas com dizeres em favor do ministro Moro –que capitaneou ações da Operação Lava Jato até 2018, quando deixou a magistratura para aceitar convite do presidente Jair Bolsonaro e se tornar ministro da Justiça e Segurança Pública– e do atual governo.
Participantes – O grupo que seguiu pela Afonso Pena foi acompanhado por equipes da Guarda Municipal e da Polícia Militar. O trânsito na pista centro-shopping foi fechado após as 15h para garantir a circulação dos manifestantes.
Entre os primeiros a chegar, o casal Manfredo Winter, 76, e Daria, 72, disseram fazer questão de participar dos atos pró-Bolsonaro e, quando é possível, acompanham pelas redes sociais. “Somos cristãos e nos interessa esse tipo de governo, transparente”, disse ele, aposentado, segundo quem em seis meses o presidente “mostrou que é possível mudar”.
“Tanto o Bolsonaro quanto os ministros dele estão agindo para mudar o Brasil. Se até agora não foi feita muita coisa é porque estão lutando para fazer uma política diferente”, destacou Manfredo, segundo quem a atuação das ministras Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Tereza Cristina (Agricultura) mostra que o governo conta com “pessoas que tem conhecimento na área que foram colocadas”. Descente de europeus, ele ainda afirmou que sua família “sofreu muito com o comunismo imposto” no século passado, posicionando-se contra o PT.
O também aposentado Rosevelt Fabrini, 60, deixou sua casa no Conjunto União –sul da Capital– no início da tarde para participar da manifestação. “Toda manifestação em favor do Bolsonaro e do Sergio Moro são válidas”, reiterando que o atual presidente tem o apoio da população.
Para ele, os seis meses da gestão federal recém-completados não podem ser alvos de muitas cobranças, “porque a coisa está tão feita, tão aparelhada, que é difícil avançar. Tudo está corrompido. Querem que o governo ceda com cargos, por isso fica difícil governar”. Fabrini crê que Bolsonaro não cederá e, por isso, “está difícil aprovar a reforma da previdência e governar”. Ele também disse que os problemas veem dos “muitos privilégios de certas camadas da sociedade”.
Entre políticos, participaram do ato o vereador Vinicius Siqueira (DEM) e o deputado estadual Renan Contar (PSL). Manifestantes também levaram para a avenida uma placa com a imagem de Sergio Moro vestido de Super-Homem, além de imagens do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), questionando o papel do parlamentar na administração federal.