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Política

Mesmo sem obrigação, número de eleitores adolescentes cresce 21% após 12 anos

Este é o primeiro aumento em eleições municipais desde 2012

Por Fernanda Palheta | 22/04/2024 15:46
Jovem em ação do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul para emissão do primeiro título de eleitor (Foto: TRE-MS/ Divulgação)
Jovem em ação do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul para emissão do primeiro título de eleitor (Foto: TRE-MS/ Divulgação)

Os adolescentes recuperaram a disposição para mudar a cidade. Pelo menos é o que mostram os números. Em 2024, a participação de eleitores de 16 e 17 anos em eleições municipais voltou a crescer em Mato Grosso do Sul após sequência de 12 anos de queda. Dados do portal de Estatísticas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) apontam que este ano o eleitorado jovem, para qual o voto ainda é facultativo, cresceu 21,4% em relação à última disputa de 2020.

O ano da pandemia, segundo levantamento, registrou a menor adesão dos jovens da série histórica. Apenas 12.414 adolescentes de 16 e 17 anos tiraram o título de eleitor, uma queda de 58% da participação deste eleitorado em comparação ao pleito municipal anterior, de 2016, quando 29.345 jovens estavam aptos para votar. Em 2012, a eleição em Mato Grosso do Sul teve o maior número de jovens, com 39.844 eleitores de 16 e 17 anos.

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A chefe de Seção e de Cadastro do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul), Rita de Cássia, apontou que Mato Grosso do Sul está acompanhando a tendência nacional. Em janeiro deste ano, o eleitorado com faixa etária de 16 a 17 anos no Brasil aumentou 14,22% em comparação ao último pleito municipal.

“A gente percebe o aumento da procura no atendimento nos cartórios do dia a dia”, afirmou. Ela ainda ressaltou que a polarização política também tem influenciado neste crescimento. “A polarização faz com que o jovem tenha mais noção do impacto da participação dele, isso começa a refletir nas questões locais”, completou ao citar a adesão à eleição municipal.

O professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), doutor em Ciências Políticas, Daniel Miranda, explicou que a polarização sempre existiu, mas se intensificou a partir de 2016, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). “Acredito que isso faz com que os jovens se mobilizem mais, sejam mais chamados, sintam mais responsabilidade”, afirmou.

Nas eleições gerais, quando a população vota no presidente, governador, senadores e deputados, a participação dos jovens é maior. Em 2014, o eleitorado na faixa de 16 e 17 anos chegou a 23.456. Na eleição geral seguinte, em 2018, quando a polarização dividiu o país, foi registrado um aumento de 25% dos títulos de eleitores jovens, chegando a 29.539 votantes com menos de 18 anos. Já na última eleição geral, em 2022, o número voltou a cair e atingiu o patamar de 2014, com 23.861 jovens aptos para votar.

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O professor da UFMS apontou outra característica que contribui para a volta do crescimento desse eleitorado: são nativos digitais. “É um a geração que já nasceu com a internet, já nasceu imersa nesse universo. Pelo fato de serem nativos digitais são bombardeados com notícias todos os dias”, afirmou. Miranda explica que as discussões políticas hoje em dia passam pelas redes sociais.

“É um fórum cada vez mais frequentado por essas pessoas”, disse. “Jovens já têm a tendência de ser questionadores e a serem influenciados uns pelos outros, agirem em grupo e o cenário brasileiro ajuda nesse sentido”, completou.

Primeiro título - O prazo para tirar o primeiro título termina no dia 8 de maio, dia em que Danika Ribeiro Rodrigues completa 16 anos. Para garantir a votação no dia 6 de outubro, a estudante aproveitou a ação do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) para tirar o primeiro título de eleitor. Ela conta que o pai sempre a incentivou a saber mais sobre política e sobre o que está acontecendo na cidade e no país.

A estudante Vitória de Oliveira Lucas também completa 16 anos antes das eleições municipais deste ano e, incentivada pela avó, fez questão tirar o título para votar pela primeira vez este ano. “Eu sempre tive interesse em começar a votar assim que eu pudesse porque eu acho importante, eu acho legal participar das votações”, relatou.

Entre os dias 20 de abril e 8 de maio, o atendimento para tirar o primeiro título, transferir local de votação, atualizar ou regularizar a situação eleitoral nos Cartórios Eleitorais e as Centrais de Atendimento ao Eleitor de Mato Grosso do Sul seguirão em regime de plantão. No próximo sábado (27), feriado do Dia do Trabalhador (1º/05) e no fim de semana dos dias 4 e 5 de maio, o atendimento será das 8h às 13h. Já entre os dias 29 de abril e 8 de maio, das 8h às 18h.

Em Campo Grande, o atendimento para tirar o primeiro título, transferir local de votação, atualizar ou regularizar a situação eleitoral é realizado no Cijus (Centro Integrado de Justiça), na Rua 7 de setembro com Av. Calógeras, e na Central de Atendimento ao Eleitor, na Rua Delegado José Alfredo Hardman, 180.

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