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Política

Minha casa foi comprada depois de muito suor e trabalho, diz Chocolate

Antonio Marques | 08/10/2015 12:42
O vereador Chocolate foi um dos parlamentares que tiveram que prestar depoimento na sede do Gaeco no dia 25 de agosto, quando foi deflagrada a operação Coffee Break (Foto: Marcos Ermínio)
O vereador Chocolate foi um dos parlamentares que tiveram que prestar depoimento na sede do Gaeco no dia 25 de agosto, quando foi deflagrada a operação Coffee Break (Foto: Marcos Ermínio)

A atenção na sessão de hoje na Câmara Municipal se voltou para o vereador Waldecy Batista Nunes, o Chocolate (PTB), depois das informações de que o parlamentar teria ficado rico após a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP), que na época eram correligionários. Ele disse que sua casa foi comprada depois de muito suor e trabalho.

Com uma expressão abatida durante a sessão, por conta dos fatos revelados, considerado por ele, como especulações, Chocolate respondeu as perguntas com serenidade. “Estou muito tranquilo em relação ao caso divulgado. Tudo consta na minha declaração de imposto de renda. Mas isso está fazendo muito mal para minha família”, declarou.

O vereador revelou ainda que não terá dificuldade em demonstrar que as aquisições de seus bens aconteceram dentro da normalidade de sua renda nos últimos anos. “Tenho como mostrar que nada de irregular aconteceu”, contou, mas disse que deve avaliar a possibilidade de releição no próximo ano.

Questionado se havia relação do vazamento das informações com o fato dele ter se filiado na semana passada ao PTB, partido comandado pelo ex-prefeito Nelson Trad Filho, Chocolate disse que não teria como saber se havia ligação entre os fatos ou se era apenas coincidência. Na Câmara teve colega que comentou que Chocolate teria desagradado um dos caciques políticos da Capital.

Investigação - O vereador é um dos investigados pela Comissão de Ética, que apura o envolvimento de nove parlamentares na operação Coffee Break, acusados de receberem benefícios para cassar o Alcides Bernal. “Não recebi qualquer recurso ou benefício para votar na cassação do prefeito”, ressaltou Chocolate.

Para o presidente da Comissão de Ética João Rocha, os fatos divulgados não foram comprovados e o trabalho da Comissão vai investigar a conduta de cada um dos nove vereadores. “Não podemos antecipar nada ainda. Primeiro vamos aguardar a defesa prévia e o relatório final da Comissão”, explicou.

Chocolate também é investigados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na Operação Coffee Break, que apura suposta compra de votos para cassar o mandato de Bernal. Além dele, o MPE investiga outros 17 vereadores, incluindo-se o presidente afastado, Mario Cesar Oliveira Fonseca (PMDB).

Nesta operação, o Gaeco pediu a quebra dos sigilos fiscais e bancários dos parlamentares para analisar se realmente houve movimentação anormal nas contas e na aquisição de bens no período anterior e posterior à cassação do prefeito.

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