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Política

Moradores denunciam derrubada de casas no Forte Coimbra e cobram Exército

Cotado a se tornar patrimônio mundial da Unesco, local pode ter parte da estrutura destruída

Gabriela Couto | 11/02/2021 12:33
CMO e Iphan terão que esclarecer denúncia de moradores do local (Foto: Exército Brasileiro)
CMO e Iphan terão que esclarecer denúncia de moradores do local (Foto: Exército Brasileiro)

Moradores da região do Forte Coimbra, em Corumbá, município a 424 quilômetros de Campo Grande, denunciam os planos de derrubada de dez imóveis que serviam de moradia no local, tombado como patrimônio histórico nacional.

Abaixo-assinado da população foi enviado ao deputado estadual Márcio Fernandes (MDB) que resolveu  cobrar explicações do CMO (Comando Militar do Oeste) e do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Desde 2018 são feitos debates para que o local também seja considerado Patrimônio Mundial da Unesco.

“Recebi o pedido dos moradores do Forte Coimbra e entrei com esse solicitação ontem na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) pedindo informações para saber se procede a informação. É um absurdo porque o local está na lista para se tornar patrimônio histórico da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)”, afirmou o parlamentar.

Também foi solicitada explicação à Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN. O prazo regimental para responder o documento é de 30 dias.

O Forte foi fundado em 13 de setembro de 1775 com a missão de instalar uma fortificação no curso médio do Rio Paraguai e garantir à Coroa Portuguesa a posse das terras a oeste do rio. Hoje, é administrado pela 3ª Companhia de Fronteira, unidade militar da 18ª Brigada de Infantaria da Fronteira, integrante do CMO.

Resposta - O Exército confirmou o projeto, alegando que as casas estão desocupadas. Mas garantiu que só colocará o plano em curso mediante autorização do IPHAN.

Consultado, em nota o IPHAN reforçou que  "área de proteção abrange um raio de 500 metros a partir do centro da Fortificação, ou seja, inclui as edificações da vila civil e militar, de forma que quaisquer modificações, reformas e intervenções devem passar por autorização prévia por esta instituição, conforme o Decreto-Lei 25 de 1937”.

Segundo o CMO, as edificações em jogo estão fora dos 500 metros do prédio principal do Forte, o que justificaria a demolição.

A edificação é tombada pelo IPHAN desde 1974. O núcleo original do Forte, o Presídio de Nova Coimbra, foi construído de paliçada em 1775, sofreu um incêndio, e, em 1979 foi reconstruído com uma muralha de pedra. Sucessivamente atacado por guaicurus no final do século XVIII, por espanhóis em 1801 e por paraguaios em 1864, o Forte foi retomado em 1868. Após a Guerra da Tríplice Aliança, última batalha da qual participou o Forte de Coimbra, ele foi reconstruído a partir das ruínas da muralha que restaram, compondo a atual configuração edificada.

Em 1983, houve a implantação do Projeto Parque Histórico-Turístico Forte de Coimbra, às margens do rio Paraguai. Compõe o conjunto de edificações a capela, casa de pólvora, alojamento, pátios internos e a muralha com os baluartes. No local, há alguns canhões da Marinha.

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