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Política

Na CPI da Covid, senadora lembra de sul-mato-grossenses que esperam 2ª dose

Simone Tebet (MDB) questionou o diretor do Instituto Butantan sobre eficácia da imunização com atraso

Aletheya Alves | 27/05/2021 17:30
Senadora Simone Tebet durante outra participação na CPI da Covid, em 4 de maio. (Foto: Divulgação/Agência Senado)
Senadora Simone Tebet durante outra participação na CPI da Covid, em 4 de maio. (Foto: Divulgação/Agência Senado)

Durante depoimentos do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, à CPI da covid nesta quinta-feira (27), a senadora Simone Tebet (MDB) lembrou de sul-mato-grossenses que aguardam a 2º dose para imunização completa. Ainda em seu comentário, a parlamentar elogiou o Instituto.

Por videoconferência, a senadora disse que o atraso no calendário de vacinação contra a covid-19 na segunda dose tem angustiado milhares de brasileiros e sul-mato-grossenses. “Eu fiz aqui a observação fruto de um pedido de, praticamente, em nome de 120 mil sul-mato-grossenses. Eu não preciso aqui reforçar que a vacinação para os brasileiros é como uma data de renascimento”, disse.

Em seu questionamento a Covas, ela relatou que a orientação do Ministério da Saúde havia sido para que os municípios usassem as doses que estavam reservadas para a segunda aplicação. De acordo com Tebet, com a falta de novos lotes, o calendário previsto não foi executado e, com isso, está havendo atraso em média de 20 dias, além dos 28 de intervalo da primeira para a segunda dose.

Sobre o atraso, a senadora perguntou se a população imunizada após a data prevista para 2ª dose está segura. “Eles estão imunizados? Há estudo científico comprovando? Se não há, de que percentual? Nós teríamos de estar garantindo aí um exame de teste em massa, até como efeito também científico para estudos posteriores, para podermos ter uma segurança? Nós estaríamos falando ou pensando, talvez, em uma terceira dose para compensar essa segunda dose e, com isso, fazer um reforço?”.

De acordo com o diretor do Butantan, o esquema vacinal não é quebrado com o atraso, mas aumenta o tempo para ação completa do imunizante. “Então, se a pessoa tomar a vacina com 30 dias, com 40 dias, com 50 dias, com 60 dias, ela não perde o esquema vacinal. Ela simplesmente vai demorar mais para ser plenamente protegida”, explicou.

A primeira dose, de acordo com Covas, garante uma proteção, mas a segunda é fundamental. “Então, nós temos, sem dúvida nenhuma, que insistir na necessidade da segunda dose, mesmo que haja um atraso de uma, duas, três ou quatro semanas. Mas é fundamental que ocorra a segunda dose”.

Outro ponto levantado por Simone Tebet foi a importância do Instituto Butantan durante a pandemia. “Os senhores estão fazendo história, porque estão salvando oito em cada dez brasileiros de virem a ser acometidos pela doença do coronavírus ou virem a falecer por conta dela”.

Em seu depoimento Dimas Covas relatou que seria possível ter entregue 100 milhões de doses até maio deste ano caso não houvesse interrupção nas negociações com o laboratório chinês Sinovac, causadas pelas falas do presidente Jair Bolsonaro. A interrupção causou atraso no fornecimento de insumos.

Neste sentido, Tebet também comentou que a postergação das vacinas de maio para setembro está comprometendo as vidas durante o período citado. “Então, nós estamos aqui afirmando, a princípio, que as pessoas que vêm a falecer ou ficar doentes nesse período, de maio a setembro, não estariam, pelo menos grande parte dessas pessoas, vindo a adoecer ou a falecer por conta desse atraso na negociação do Governo Federal com o Instituto Butantan”.

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