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Política

"Não houve outra alternativa", diz Marquinhos sobre reabertura do comércio

Prefeito comentou que receitas da prefeitura tiveram queda superior a 70%, mas defendeu medidas

Marta Ferreira e Lucas Mamédio | 06/04/2020 09:29
O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, durante entrevista esta manhã (Foto: Silas Lima)
O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, durante entrevista esta manhã (Foto: Silas Lima)

Pura falta de “alternativa”, diante da pressão vinda do empresariado e ainda do “encorajamento” por parte do presidente Jair Bolsonaro, para que a vida no País voltasse ao normal. Essa foi a leitura feita pelo prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), ao explicar nesta segunda-feira (6) os motivos para permitir a abertura gradual do comércio e outros setores, apesar dos indicativos de que a fase mais aguda da pandemia de novo coronavírus nem começou ainda.

O chefe do Executivo comentou que o momento exige dedicação de todos e admitiu queda das receitas municipais entre “70% e 80%”, mas ainda assim, defendeu a necessidade de manter o isolamento social o máximo possível.

Para justificar a flexibilização contra a vontade, o prefeito citou levantamento apontando que o isolamento social chegou a ter a adesão de 80%, mas no fim de semana passado não passava dos 50% e, ainda, citou a procura por diversos setores falando que abririam por contra própria. “Outra alternativa não tivemos a não ser dar condições para voltar a atividade economia social gradativa, com extremo rigor”, enunciou.

Fiscais saíram hoje às ruas para fiscalizar cumprimento de regras. (Foto: Silas Lima)
Fiscais saíram hoje às ruas para fiscalizar cumprimento de regras. (Foto: Silas Lima)

Foi no gabinete da Esplanada, onde Marquinhos tem despachado, que as afirmações foram feitas. Dali, saiu força-tarefa nesta manhã para fiscalizar o cumprimento das regras estabelecidas para reabertura de parte do comércio, obedecendo regras que permitem funcionamento das empresas com base em uma escala de risco do contágio pelo novo coronavírus.

Marquinhos, como em outras oportunidades, citou o comportamento do presidente Jair Bolsonaro como um dos fatores que fizeram as pessoas saírem de casa. Segundo ele, após um discurso de Bolsonaro, no dia 24 de março, “houve encorajamento de algumas pessoas que abriram os seus comércios ao seu bel prazer, desrespeitando flagrantemente as nossas portarias e os nossos decretos”.

Ainda nas palavras do prefeito, esse número começou a tomar corpo “com buzinaços e carreatas” e foi preciso agir. A prefeitura chegou à ir à justiça e conseguir ordem contra mobilizações do tipo.

“Tivemos de fazer de maneira planejada, madura, a chamada dessas pessoas, porque Campo Grande é responsabilidade deles também”, completou o prefeito.

Aviso - A reabertura autorizada, alertou, é uma espécie de “teste”. Se os números da Covid-19 tiverem alta substancial e se as pessoas não respeitarem a recomendação de sair de casa só para compras essenciais e para atendimentos médicos urgentes, Marquinhos afirma que vai voltar a adotar medidas drásticas. “Vamos fechar, radicalmente, como medida extrema, todo o comércio da nossa cidade”, diz.

“É necessário que todos se conscientizem de que a recomendação maior da prefeitura de Campo Grande é fique em casa, só saia se for extremamente necessário”, repetiu.

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