ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 27º

Política

No último dia, Bernal apresenta defesa sobre a devassa do Tribunal de Contas

Zemil Rocha | 09/08/2013 18:06
Bernal apresentou a defesa hoje, último dia do prazo dado pelo Tribunal de Contas (Foto: Arquivo)
Bernal apresentou a defesa hoje, último dia do prazo dado pelo Tribunal de Contas (Foto: Arquivo)

O prefeito Alcides Bernal (PP) apresentou nesta sexta-feira (9) sua defesa no processo da Inspeção Extraordinária que devassou atos financeiros da Prefeitura de Campo Grande. “Apresentei esta tarde. Hoje era o último dia do prazo”, informou o procurador-geral do Município, Luiz Carlos Santini. “Demonstramos que não há ilegalidade nenhuma”, acrescentou.

A Inspeção Extraordinária do Tribunal de Contas sobre as contas do prefeito Alcides Bernal investigou suplementações orçamentárias, que recentemente superaram, segundo os vereadores, o limite de R$ 139 milhões que poderiam ser feitas sem autorização legislativa, gastos com combustível e contratação de pessoal sem concurso público para atuar no combate à dengue. O TCE também aprovou autorização especial para se investigar qualquer outra irregularidade, nela incluída a dispensa da Total Serviços de Limpeza e conseqüente contratação emergencial da empresa Mega Serv, de Dourados.

A expectativa é que sejam aprovadas as suplementações orçamentárias de Bernal, já que o relatório técnico da inspetoria considerou legais essas movimentações financeiras. Contudo, há mais três pontos que foram objeto da Inspeção Extraordinária do TCE e podem resultar em denuncia de irregularidades, hábeis a abrirem processo de cassação contra Bernal na Câmara de Campo Grande.

Um deles é referente ao contrato emergencial de compra de gasolina, firmado sem licitação com o Posto Emanuele Ltda por seis meses, no valor 855 mil, com ampliação de mais R$ 400 mil para atender a Secretaria de Saúde (Sesau). Na avaliação preliminar, o conselheiro Waldir Neves, relator da Inspeção Extraordinária, já tinha detectado irregularidade na contratação, por ferimento ao princípio da impessoalidade nas contratações da administração pública. A tendência é que pelo menos essa irregularidade seja confirmada na votação do Tribunal.

Os outros dois pontos da investigação são a contratação de pessoal sem concurso público para atuar no combate à dengue e a autorização especial para se investigar qualquer outra irregularidade que fosse detectado no exame dos documentos da Prefeitura de Campo Grande.

Defesa de Bernal - Em sua defesa, o prefeito Alcides Bernal alegou que todas as contratações celebradas foram feitas obedecendo a Lei 8.666 e a normatização municipal. “E acrescentamos a jurisprudência, inclusive com decisões do Tribunal de Contas da União e de auditores da Câmara Federal”, informou o procurador-geral do Município, Luiz Carlos Santini.

Sobre a contratação de combustível junto ao Posto Emanuele Ltda, Santini disse que comprovou com os contratos a legalidade. “Mostrei os contratos e informei sobre a ação judicial que teve, anulando licitação. Prorrogação de contrato que não podia ser feita e aí houve necessidade de realizar contrato emergencial”, revelou. Indagado quanto à resposta à acusação do parecer preliminar do conselheiro Waldir Neves de que foi ferido o “princípio da impessoalidade”, o procurador respondeu: “Tinha urgência na contratação, pois Campo Grande estava em plena crise de epidemia de dengue. Fizemos levantamento de preço e a contratação foi pelo melhor preço”.

Quanto à contratação de pessoal sem concurso público, Luiz Carlos Santini alegou a necessidade por haver uma situação emergencial de combate à dengue. “E fizemos tão bem que até recebemos prêmio do Ministério da Saúde e nosso programa foi estendido para outras cidades”, argumentou. “Entre a vida e a lei, a gente opta pela vida”, acrescentou.

A respeito da contratação emergencial da Mega Serv, o procurador-geral do Município alegou, na defesa do prefeito Alcides Bernal, que também havia uma necessidade emergencial, já que a Total teria rescindido o contrato e os postos de saúde tinham de continuar a ser limpos para bem atender à população. Questionado sobre o fato de a Total ter rescindido o contrato por não receber pelos serviços prestados em janeiro e fevereiro, Santini declarou: “Quanto a isso não posso dizer nada. Só cuida da questão jurídica”. Observou, porém, que a Total ainda presta serviços para a Prefeitura de Campo Grande em outros setores da administração. “Até pouco tempo, eu mesmo vi esse pessoal limpando prédio da Central de Atendimento ao Cidadão”, testemunhou.

Nos siga no Google Notícias