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Política

Nomes à frente do Incra e ministérios em MS querem retomar políticas esquecidas

Empossados nesta sexta-feira (5), eles prometem reconstrução de políticas agrárias e da pesca

Cassia Modena e Caroline Maldonado | 05/05/2023 12:59
Os três empossados em destaque à direita, com auditório lotado ao fundo (Foto: Caroline Maldonado)
Os três empossados em destaque à direita, com auditório lotado ao fundo (Foto: Caroline Maldonado)

A posse conjunta dos novos superintendentes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e do MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura) em Mato Grosso do Sul, além da nova coordenadora-geral do escritório do MDS (Ministério do Desenvolvimento Agrário) no Estado, contou com discursos emocionados aplaudidos por deputados, vereadores, indígenas, agricultores familiares, pescadores e representantes de movimentos sociais nesta sexta-feira (5).

Esse público lotou o Bioparque Pantanal, em Campo Grande, onde a cerimônia de posse foi realizada. Ponto em comum nas falas dos três empossados foi a promessa de retomar políticas públicas esquecidas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Primeiro a discursar, o superintendente estadual do MDS, Julio Cleverton dos Santos, falou em reconstrução. "Assumo uma superintendência esquecida há oito anos, com a mente aberta para conversar e ouvir esse povo que sofreu durante seis anos com aquele desgoverno. Conto com o apoio da Assembleia Legislativa para essa luta. Juntos, vamos trabalhar pela reconstrução pelo presidente Lula", disse. Em sua fala, ele também frisou a importância da superintendência estadual apontando que Mato Grosso do Sul é o segundo Estado que mais produz tilápia no País.

Na sequência, o superintendente do Incra, Paulo Roberto da Silva, anunciou que um de seus primeiros atos será receber o ministro do MDS, Paulo Teixeira, em Mato Grosso do Sul. A visita está prevista para junho deste ano e deverá oficializar a destinação de área para o Assentamento Esperança, de Anaurilândia. Existem tratativas para sua ampliação em uma outra área remanescente, pelo menos, desde 2020.

Quanto ao que pretende fazer como superintendente, Paulo destacou a manutenção das salas de cidadania e a regularização fundiária. "Nosso compromisso é retomar o processo de regularização fundiária de forma republicana para todos, e não só para aqueles que são nossos conhecidos", enfatizou. Paulo ainda emendou no assunto o posicionamento contrário que tem em relação ao PL (Projeto de Lei) 490/2017, que propõe que territórios indígenas sejam demarcados conforme o marco temporal da Constituição Federal.

Já a nova coordenadora do escritório do MDS no Estado, Marina Ricardo Nunes Viana, começou cumprimentando as mulheres e agradecendo a todos os que acompanham na luta pela valorização dos agricultores familiares em Mato Grosso do Sul.

"Viemos de uma luta de uma vida toda. As palavras, hoje, são união e reconstrução. Esse é o nosso desafio. Somos [os agricultores familiares] responsáveis por 70% do alimento que vai para a mesa dos brasileiros. Nosso país viveu uma pausa e temos muito trabalho pela frente", declarou Marina.

Parte do público ficou do lado de fora do auditório (Foto: Caroline Maldonado)
Parte do público ficou do lado de fora do auditório (Foto: Caroline Maldonado)

Entre as ações que a nova coordenadora pretende implementar, ela citou capacitações, ampliação de crédito e "peixe na merenda escolar". "Nós voltamos para garantir comida na mesa do povo e merenda saudável com peixe para nossas crianças. Vamos recuperar as políticas de inclusão com mais créditos e com mais assistência técnica para a garantia de renda", pontuou.

No País - Presente também na cerimônia, o diretor de Governança Fundiária do Incra, João Pedro Gonçalves, destacou que a posse dos novos gestores acontece "num Brasil que tem uma parcela da população desempregada, que tem fome, e de um Brasil que diminuiu a produção de feijão, arroz, milho".

Ele também apontou como negativa a redução do orçamento do Incra nos últimos anos. Segundo o diretor, os recursos caíram para R$ 4,2 bilhões para R$ 290 milhões.

Presentes - Acompanhou o evento representando o governo estadual o secretário adjunto da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Walter Carneiro Junior.

Vieram de Brasília para acompanhar a posse os deputados federais Vander Loubet (PT) e Camila Jara (PT). Em Campo Grande, se mobilizaram os deputados estaduais Pedro Kemp (PT) e José Orcírio Miranda, o Zeca do PT.

Incra - Paulo Roberto é graduado em Administração de Empresas e mestre em Desenvolvimento Regional e de Sistemas Produtivos. Ele é servidor efetivo do Governo do Estado há 20 anos e foi vereador pelo PT (Partido dos Trabalhadores) em Ponta Porã.

Também foi superintendente da Pesca em MS na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e servidor estadual na Agraer (Agência de Desenvolvimento e Extensão Rural). Ele pretende aliar a experiência no setor agrário e político para conduzir a superintendência. O substituto na função é o engenheiro agrônomo Augusto Pinedo Zottos.

MDA - A professora Marina faz parte do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e é secretaria estadual do PT. Ela foi assessora na Câmara Municipal de Campo Grande e na Câmara dos Deputados, em Brasília. Marina também foi diretora nacional do MST durante dois mandatos.

Pesca e Aquicultura - Conhecido como “Júlio Buguelo”, o novo superintendente é engenheiro agrônomo. Ele foi ex-vereador por Glória de Dourados, sendo o mais votado para o cargo em 2020. Júlio também foi servidor da prefeitura do município e assessorou o deputado estadual Cabo Almi (PT), que faleceu há dois anos.

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