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Política

"Ou cuidamos, ou afundamos", diz Lula sobre fogo no Pantanal

Estudo do MapBiomas concluiu que o Pantanal é o bioma brasileiro que mais perdeu superfície de água em 38 anos

Por Fernanda Palheta | 13/09/2024 11:12
Lula durante visita a comunidade em Manaquiri, no Amazonas (Foto: Ricardo Stuckert)
Lula durante visita a comunidade em Manaquiri, no Amazonas (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou a urgência do combate as mudanças climáticas e citou a situação crítica do Pantanal, no dia em que anunciou a criação de uma Autoridade Climática e de um Comitê Técnico-Científico sobre o tema, na última terça-feira (10), em Manaus.

"O Pantanal sofre a maior seca dos últimos 73 anos, algo precisa ser feito por nós. Não por nós governo, por nós seres humanos para cuidar do chão que a gente pisa, do chão que produz alimento para nós, da água que nós bebemos, ou nós cuidamos ou nós afundamos", disse Lula à Rádio Norte FM.

Um estudo do MapBiomas apresentado em junho deste ano, concluiu que o Pantanal é o bioma brasileiro que mais perdeu superfície de água nos últimos 38 anos em relação ao próprio tamanho. Havia 61% menos água em 2023 na comparação com a média histórica analisada desde 1985 pela organização.

Os dados ainda mostram que o Pantanal tem ficado menos tempo debaixo d'água a cada ano. Com a redução das chuvas no planalto, o período de alagamento e o tamanho das áreas inundadas estão diminuindo desde o início dos anos 2000. O estudo considera somente as áreas que ficaram úmidas por seis meses ou mais em todos os biomas.

A seca histórica fica evidente nas paisagens do bioma. O Parque Marina Gatass, um dos parques mais tradicionais da cidade que faz fronteira com a Bolívia, mudou nos últimos 10 anos. Escadaria usada para o acesso ao rio em julho de 2014 agora está inutilizada. Parte do trecho secou e hoje o espaço destinado à hidrovia tem carros estacionados em sua margem.

Outra imagem marcante é do farol em frente ao Porto Geral em Corumbá, que antes flutuava sobre o Rio Paraguai e hoje é visto sobre um banco de areia.

A longa estiagem é uma das principais causas dos incêndios florestais do bioma. Segundo dados do do Monitor do Fogo, do MapBiomas, nos primeiros oito meses do ano houve um aumento de 249% da área queimada no Pantanal em comparação à média dos cinco anos anteriores.

Este ano 1,22 milhão de hectares foram afetados pelo fogo, 874 mil hectares a mais que a média. De acordo com os dados, 52% desse total queimou no último mês. Os 648 mil hectares queimados em agosto representam a maior área queimada já observada no Pantanal para esse mês.

O governo petista chegou a ser alertado sobre seca e o risco de incêndios florestais no Brasil através de ofícios, notas técnicas, atas de reuniões e processos judiciais enviados no início do ano. O STF (Supremo Tribunal Federal) solicitou ao governo a elaboração de um plano de prevenção em março.

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