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Política

Políticos e empresários são notificados e tem até dia 18 para apresentar defesa

Alberto Dias | 06/07/2016 09:42

Políticos e empresários indiciados na Operação Coffee Break foram notificados pela Justiça e tem até 18 de junho para apresentar defesa acerca de suposto por envolvimento em esquema para cassar o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em 2014. As notificações foram enviadas na última sexta-feira (1) com prazo de 15 dias para apresentação de defesa, contados a partir desta segunda (4).

Com 361 páginas, a denúncia foi entregue pela Procuradoria-geral de Justiça em 31 de maio ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de MS) e tramita sob segredo de justiça. O texto, analisado pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, cita 24 pessoas, incluindo 14 vereadores e o vice-prefeito à época, Gilmar Olarte (Pros), que assumiu o cargo de chefe do Executivo na ocasião. A lista é encabeçada pelos empresários João Alberto Krampe Amorim dos Santos, João Baird, e João Amorim. Também preparam suas defesas o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o ex-prefeito da Capital Nelson Trad Filho (PDT).

Alguns respondem por dois tipos de crimes: associação criminosa e corrupção. No grupo “associação criminosa” estão aqueles que teriam organizado e planejando as ações para que o esquema para a cassação do prefeito desse certo. Já os que foram denunciados por “corrupção ativa” seriam os responsáveis pelo trabalho a campo, de conversar com os vereadores para convencê-los a votar pelo afastamento de Alcides Bernal.


Para isso, teriam oferecido aos políticos vantagens financeiras e cargos na administração do vice-prefeito Gilmar Olarte, caso ele assumisse a Prefeitura. Já os vereadores foram denunciados por “corrupção passiva”, por terem aceito as vantagens para votar pela cassação de Bernal. Na sessão do dia 12 de março de 2014, dos 29 vereadores apenas 6 votaram contra o afastamento do prefeito – os outros 23 foram favoráveis.


Alcides Bernal acabou sendo cassado e retornou ao cargo no dia 25 de agosto do ano passado, no mesmo dia em que a a Operação Coffee Break foi deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Segundo o procurador-geral de Justiça, Paulo Passos, as investigações tiveram início a partir do compartilhamento de informações da Operação Lama Asfáltica, realizada no dia 9 de julho do ano passado pela Polícia Federal, CGU (Controladoria-Geral da União), Receita Federal e MPF (Ministério Público Federal). Segundo ele, as investigações apontam “conluio e conjugação de esforços” para a cassação de Bernal. Os vereadores teriam sido cooptados a votarem pela cassação, recebendo em troca dinheiro e cargos na Prefeitura.

Núcleos – Na esfera associação criminosa, os denunciados são: Gilmar Olarte, João Amorim (empresário), João Baird (empresário), Mario Cesar (vereador), Fábio Machinsky (empresário), Airton Saraiva (vereador), Flávio César ( vereador), André Puccinelli ( ex-governador), Nelson Trad Filho (ex-prefeito), Luiz Pedro Guimarães (empresário), Raimundo Nonato de Carvalho (empresário), André Scaff (procurador da Câmara) e Carlos Naegele (empresário).

Na corrupção ativa, foram denunciados: Gilmar Olarte, João Amorim, João Baird, Mario Cesar, Fábio Machinsky, Airton Saraiva e Flávio César. Na corrupção passiva, a denúncia é contra 11 pessoas: Edil Albuquerque, Carlos Augusto Borges (Carlão), Edson Shimabukuro, Gilmar da Cruz, Eduardo Romero, Jamal Salém, João Rocha, Alceu Bueno, Otávio Trad, Paulo Siufi e Waldecy Batista Nunes.

Políticos e empresários são notificados e tem até dia 18 para apresentar defesa
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