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Política

Prestes a ser fechada, janela partidária agita a classe política do Estado

Antes prevista como sem grandes novidades, período para troca de partidos trouxe mudanças profundas no cenário eleitoral estadual

Humberto Marques | 07/04/2018 08:17
Janela partidária provocou mudanças entre parlamentares da Assembleia. (Foto: Victor Chileno/ALMS/Divulgação)
Janela partidária provocou mudanças entre parlamentares da Assembleia. (Foto: Victor Chileno/ALMS/Divulgação)

A poucas horas do fechamento da janela partidária –que permite aos parlamentares trocarem de partido sem o risco de perderem os mandatos– e do término do prazo para que pretensos candidatos nas eleições deste ano se filiem a partidos, as agremiações em Mato Grosso do Sul registram grande movimentação. As adesões “de última hora” foram anunciadas por diversos partidos, alguns deles reservando para as últimas horas de 7 de abril, exatos seis meses antes das eleições, a confirmação de reforços.

Um balanço final sobre o resultado do prazo de filiações e do vai-e-vem partidário só deve ser consolidado na próxima semana. Mesmo assim, os efeitos da janela já são visíveis em Mato Grosso do Sul: se antes do período de 30 dias para trocas de partidos a expectativa era de poucas mudanças, o que se viu na verdade foi uma movimentação intensa que contou, inclusive, com o esvaziamento de alguns partidos.

Um dos primeiros lances envolveu a filiação do deputado estadual George Takimoto no MDB, visando uma eventual candidatura a deputado federal. Embora ele afirme que saiu sem mágoas no PDT, era alvo de setores da direção do partido por conta de sua posição em temas sensíveis à legenda –como o apoio à reforma da Previdência estadual. Takimoto era o único pedetista na Assembleia de Mato Grosso do Sul, onde outra bancada foi extinta em questão de horas.

Após sair do PR, Grazielle garantiu representação ao PSD na Assembleia. (Foto: Victor Chileno/ALMS/Divulgação)
Após sair do PR, Grazielle garantiu representação ao PSD na Assembleia. (Foto: Victor Chileno/ALMS/Divulgação)
Aguardado no DEM, Barbosinha, ainda no PSB, também tem convite dos tucanos. (Foto: Victor Chileno/ALMS/Divulgação)
Aguardado no DEM, Barbosinha, ainda no PSB, também tem convite dos tucanos. (Foto: Victor Chileno/ALMS/Divulgação)

PR – Movimentações com o aval da Direção Nacional do PR culminaram na saída dos deputados Grazielle Machado e Paulo Corrêa do partido. Como apurou o Campo Grande News, eles se mostraram descontentes com a deliberação para que a legenda caminhasse com o MDB e tivesse entre as prioridades a candidatura a deputado federal de Edson Giroto –um dos principais investigados na operação Lama Asfáltica. O PR negociava a aproximação com o PSDB, partido ao qual Corrêa se filiou.

Já Grazielle deu representatividade ao PSD na Assembleia Legislativa, sendo acompanhada no novo partido pelo pai, o ex-presidente do PR Londres Machado –que confirmou à reportagem dar início, na semana que vem, a uma maratona de visitas no interior em busca de integrantes de seu grupo político que não vão disputar as eleições, a fim de também integrarem o novo partido.

Mais trocas – No PSDB, Paulo Corrêa foi o único reforço parlamentar confirmado até aqui. O deputado estadual José Carlos Barbosa, em vias de deixar o PSB, recebeu convite para integrar a legenda, mas tem sua filiação no DEM dada como praticamente certa –Barbosinha afirma que, entre as condições para adentrar o Democratas, deseja ter claros os planos da agremiação, inclusive os eleitorais.

O também deputado estadual Zé Teixeira (DEM) também sinalizou interesse na posição do partido a fim de definir sua permanência, já que sua tendência para as eleições seria uma aproximação com o PSDB. Os Democratas realizam na manhã deste sábado (7) evento na Capital para receber reforços.

Ainda na Assembleia, Mara Caseiro teve a saída do PSDB ventilada, sendo justamente o PSB o destino cogitado. A reportagem não conseguiu contatar a deputada para confirmar a movimentação.

Elizeu deixou o PSDB e ingressou no PSB, onde espera trabalhar reeleição. (Foto: Divulgação/Assessoria)
Elizeu deixou o PSDB e ingressou no PSB, onde espera trabalhar reeleição. (Foto: Divulgação/Assessoria)

Os socialistas tiveram um reforço vindo do ninho tucano: o deputado federal Elizeu Dionizio migrou para o PSB na busca por um partido no qual pudesse pavimentar seu projeto de reeleição. Contudo, perderam Ricardo Ayache, que também anunciou se afastar momentaneamente da política a fim de se concentrar na gestão da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul).

Aproximações – O encerramento da janela também serviu para indicar prováveis alianças nas eleições, mesmo com a confirmação das coligações sendo aguardada apenas entre julho e agosto, após as convenções partidárias. Uma das primeiras dobradinhas confirmadas até aqui envolve o PDT, de Odilon de Oliveira, e o Podemos, que tem Chico Maia como pré-candidato ao Senado. Na sexta-feira (6), os partidos anunciaram cerca de 60 filiações de lideranças comunitárias.

O Podemos, porém, perdeu a vereadora campo-grandense Cida Amaral, que tentará vaga na Câmara dos Deputados pelo Pros.

No dia anterior, o presidente nacional do Solidariedade, o deputado federal Paulinho da Força (SP), esteve em Campo Grande para confirmar entendimento com o PSDB, em reunião com o governador e candidato à reeleição Reinaldo Azambuja (PSDB). Ficou acertado o retorno do parlamentar a Campo Grande no dia 14, para oficializar a parceria construída ainda nas eleições de 2014.

O MDB, por seu turno, recebeu sinal de aliança do PTC, costurada até aqui em torno da possível candidatura do ex-governador André Puccinelli ao Parque dos Poderes.

Oficialmente, a Justiça Eleitoral encerra neste sábado o prazo de filiações –como os cartórios não abrem nos finais de semana, a documentação deve ser encaminhada na segunda-feira (9), quando será possível obter um panorama mais realista sobre o cenário partidário sul-mato-grossense.

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