Primeiro debate teve vaias, críticas dos candidatos e promessa para educação
Dos 15 candidatos, 13 participaram da sabatina da ACP
No primeiro debate das eleições 2016, promovido pela ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), os candidatos a prefeito da Capital trocaram críticas, alguns receberam vaias do público e fizeram promessas para a Educação.
As críticas aconteceram quando os candidatos eram questionados e as reclamações foram sobre a falta de resposta e rebate à declarações dos candidatos.
Nos blocos finais, entre os assuntos que mais trataram foi o rombo da previdência municipal, com questionamentos sobre o suposto sumiço de R$ 110 milhões. Os candidatos também responderam questionamentos de escolas municipais, a respeito da eleição direta para diretor, mais concursos públicos para educação e direitos dos trabalhadores da área. E também o cumprimento do piso salarial.
No debate direto, Coronel Davi (PSC) perguntou para Marquinhos Trad (PSD) o que ele faria para resolver a deficiência da estrutura das escolas municipais, que respondeu que vai investir, em um eventual mandato, na formação continuada dos professores e aumentar ambientes virtuais, como bibliotecas online.
Na réplica, Coronel Davi reclamou da falta de resposta a sua pergunta. Marquinhos, na tréplica, respondeu que, em um primeiro momento, não está preocupado com a estrutura e “sim com a questão humana”, ao que foi aplaudido pelos professores.
Tentando a reeleição e depois de um mandato tumultuado, Alcides Bernal pediu direito de resposta, depois que Athayde Nery (PPS) questionou Rose Modesto (PSDB) sobre maus tratos com professores. Aproveitou para dizer que os profissionais não são ouvidos e que há casos de professores expulsos da sala de reunião na Prefeitura, o que motivo para o direito de resposta.
Dizendo que recebeu uma “herança ruim” dos antecessores, Bernal disse que dará, sim, espaço para o diálogo com a categoria.
Opostos, Alex do PT e Coronel David dominaram discussão sobre conservadorismo nas escolas municipais, em especial sobre a Lei da Mordaça e Escola sem Partido. O candidato do PSC respondeu ser favorável à legislação que restringe a discussão de política, sexo e religião nas escolas, quando foi vaiado pelos professores.
Se dizendo “curto e grosso mesmo”, Coronel David respondeu em tempo inferior ao que tinha direito. Na tréplica, Alex do PT disse que, para ele, o que impera é o diálogo. “Sem essa de curto e grosso”, disse que abrirá espaço para conversa.
Para Athayde Nery, Alcides Bernal pediu a posição do candidato do PPS a respeito da situação financeira do Município após a sua cassação, em 2014. Athayde respondeu saber da situação e que concorda com a tese de golpe. Por outro lado, “mesmo assim”, a administração anda mal, acrescentou.
Aproveitou para dizer que, em uma eventual gestão, valorizará os professores, com diálogo, sem afastar, nem demitir diretores contrários a seu pensamento.
Insistindo que em sua administração há diálogo e comprometimento com a Educação, Bernal tomou nova vaia da plateia. Em resposta: “de qual Prefeitura você está falando? Você não quis democratizar a educação. Teve oportunidade e não fez”.
Segurança e obras inacabadas - Os candidatos também concentraram suas perguntas na segurança e construções sem término. Marquinhos Trad (PSD) perguntou a Aroldo Figueiró (PTN) sobre o alto número de assalto em frente a escolas. Em resposta, ele disse que a proposta é colocar corporação da Guarda Municipal próxima das escolas e que um dos integrantes more perto do local. Também quer criar uma academia para preparar os guardas.
Rosana Santos, do PSOL, perguntou a Elizeu Amarilha, do PSDC, se ele votaria em algum candidato que não valorizasse a educação. A resposta foi baseado em sua proposta, que é, segundo Amarilha, que é investir no setor e se espelhar em outros países.
Ainda sobre a Lei da Mordaça, Suél Ferranti, do PSTU, questionou Rosana sobre a quebra dos direitos dos professores. Ela respondeu que quer aumentar a qualidade do debate, para discutir a diversidade da cultura e relição nas escolas e ampliar o “pensamento democrático”.
José Flávio Arce (PCO) respondeu sobre segurança, dizendo que quer colocar monitoramento nas escolas, investir na Guarda Municipal e implementar cartão magnético, para “separar alunos dos bandidos”.
Sobre obras inacabadas, Marcelo Bluma, do PV, questionou Bernal sobre o que precisa terminar. O prefeito respondeu dizendo que pegou Campo Grande “arrebentada, em estado de calamidade” e, mesmo assim, conseguiu fazer um planejamento.