Prisão de Roberto Jefferson coloca bancada federal mais uma vez em lados opostos
Ex-deputado foi preso acusado de atacar a democracia
Membros da bancada federal por Mato Grosso do Sul se dividem sobre a prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), cumprida pela PF (Polícia Federal), por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal), nesta sexta-feira (13).
O deputado federal Luiz Ovando (PSL) criticou o STF, afirmando que os ministros vêm tentando impor censura. “Vamos ver até onde vai o cerceamento do direito à liberdade de expressão. Não podemos esquecer que Daniel Silveira segue preso, agora temos Roberto Jefferson".
Segundo ele, o Supremo é formado por "ativistas de toga". "Lá no Supremo, temos número significativo de ministros que na minha visão não passam de ativistas. Aquilo é um partido de toga. O que deve ser julgado de verdade é negligenciado, como julgamento de contrabandistas, os donos de gangues... Eles dão habeas corpus para quem foge do País, desaparece...", escreveu Ovando.
Em defesa da prisão, o deputado federal Fábio Trad (PSD), diz que a medida foi correta devido aos repetidos ataques do ex-deputado às instituições. “Reiteradamente, ele tenta destruir nosso Estado Democrático de Direito, fundamento da Constituição Federal. São crimes de altíssima gravidade”, avaliou.
Trad aponta ainda que a prisão não viola os direitos do político. “Não é um delito de opinião, a prisão, conforme o Código de Processo Penal, visa impedir a prática reiterada desses crimes”, ponderou.
Presidente nacional do PTB, Jeferson é investigado como membro de um esquema digital para disseminar ódio e violência contra membros do STF. É alvo de inquérito que apura a existência de organização criminosa com o objetivo de atacar a democracia. No pedido de prisão assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, Jefferson é acusado de injúria, calúnia e difamação, incitação e apologia ao crime e denunciação caluniosa.
O deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), diz que não é de hoje que Jefferson arruma problema com a Justiça. O parlamentar lembra que o ex-deputado esteve no centro de diversos escândalos políticos nos últimos anos, como o mensalão. “Ele está hoje, pregando moralidade, mas está sempre atacando a democracia. Isso tem que ter consequências, não podemos ser um país sem leis”, afirmou.
A assessoria da senadora Soraya Thronicke (PSL) informou que a parlamentar está em viagem e não vai se manifestar sobre o assunto. Os outro quatro membros da bancada federal não foram localizados pelo Campo Grande News para falar sobre a prisão.