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Política

Procurador considerou fofoca citação de Delcídio na operação Lava Jato

Aline dos Santos | 07/03/2015 17:56
Delcídio diz que assunto está "morto e sepultado". (Foto: Marcos Ermínio)
Delcídio diz que assunto está "morto e sepultado". (Foto: Marcos Ermínio)

Informações de “ouvir dizer” levaram ao pedido de arquivamento da denúncia envolvendo o senador Delcídio Amaral (PT) na operação Lava Jato, que revelou um grande esquema de corrupção de agentes públicos e de lavagem de dinheiro relacionado à Petrobras.

Para o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, as afirmativas do delator Paulo Roberto Costa “são muito vagas e, sobretudo, assentadas em circunstâncias de ter ouvido os supostos fatos por intermédio de terceiros e, ainda, de maneira não individualizada”. Já o doleiro Alberto Youssef “nada sabia de concreto sobre os fatos em apuração”.

O primeiro foi diretor de Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012 e é apontado como integrante destacado do núcleo administrativo da organização criminosa. Youssef integrava o núcleo financeiro, atuando no recebimento de vantagens indevidas das empresas cartelizadas e no seu posterior pagamento a funcionários de alto escalão da estatal.

Conforme a apuração, Paulo Roberto Costa afirmou que ouviu dizer que o senador Delcídio Amaral teria recebido valores supostamente ilícitos da empresa francesa Alstom, quando exercia função de diretor de Gás e Energia da Petrobras, entre os anos de 2001 e 2002.

No termo de colaboração, ele relata que ouviu dizer que, na compra de turbinas para termelétricas, houve pagamento de propina. “Que chegou ao conhecimento do declarante, por meio de comentários nesta área de Gás e Energia, que teria havido uma negociação entre Delcídio Amaral, Nestor Cerveró e Alston, para que houvesse o pagamento de um valor alto como propina para que saísse a compra das turbinas”, diz o documento.

De acordo com Paulo Roberto, aparentemente foi usada uma situação de emergência, a crise de energia, para viabilizar a realização do contrato bilionário com a empresa por parte da Petrobras, que foi decidido pela Gerência de Geração de Energia, ocupada por Cerveró, e com aprovação final do diretor Delcídio Amaral e da diretoria da Petrobras. Segundo ele, as turbinas ficaram estocadas para serem usadas anos depois.

Conforme o procurador, “o que se impõe assentar é que, diante do que há de concreto nos autos até o presente, não há sustentação mínima para requerimento de formal investigação”.

Segundo o senador Delcídio Amaral, o assunto está encerrado. “A decisão do procurador é a prova inconteste do que estou falando. Esse assunto está morto e sepultado”, afirma. Conforme o parlamentar, essas informações são usadas contra ele desde a campanha de 2002. “Tentaram ressuscitar, mas não existe”, salienta.

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