Sala infantil na Assembleia tem bonecas indígenas, Pantanal e cidadania
Lugar criado para filhos de servidores e visitantes também foi pensada para crianças neuro divergentes

Inaugurado em 4 de setembro, o Parlamento Infantil tem nome pomposo, mas nasce com a missão de ser um espaço de acolhimento e brincadeira para as crianças que visitam a Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul). A iniciativa, inédita no Poder Legislativo, surgiu da necessidade de um local adequado para filhos de servidores e visitantes durante reuniões e sessões. O cuidado foi pensado do início ao fim, incluindo adaptações para crianças neurodivergentes, como as do TEA Transtorno do Espectro Autista.
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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul inaugurou o Parlamento Infantil, um espaço dedicado a crianças que visitam a instituição. O ambiente, que já acolheu mais de 60 crianças, conta com brinquedos educativos e elementos que valorizam a cultura local, incluindo representações indígenas e da fauna pantaneira. O projeto, que ganhou destaque nacional e foi inscrito em um prêmio da Univale, visa atender filhos de servidores e visitantes durante reuniões. A iniciativa também contempla a inclusão, sendo inspirada na relação da Alems com instituições como a Associação Juliano Varela e a Associação de Pais e Amigos do Autista.
“Pensamos em uma sala multidisciplinar que pudesse atender tanto crianças com alguma necessidade especial quanto aquelas que vêm acompanhar os pais em compromissos aqui. Fiquei encantado ao vê-la pronta”, afirma o presidente da Casa de Leis, deputado Gerson Claro (PP).
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A mudança na arquitetura da Casa integra um projeto mais amplo de inclusão no Legislativo estadual. Segundo Gerson, a criação do espaço foi inspirada na relação próxima da Alems com instituições como a Associação Juliano Varela e a AMA Associação de Pais e Amigos do Autista de Campo Grande.

Mais do que entreter, o Parlamento Infantil foi desenhado para apresentar a cultura sul-mato-grossense e aproximar as crianças do poder público. O ambiente reúne brinquedos educativos que remetem a órgãos do Estado, bonecas negras e desenhos para colorir com animais típicos da fauna local. A proposta é que cada criança se reconheça ali e se sinta bem-vinda.
A secretária de Gestão de Pessoas, Marlene Figueira da Silva, presidente de honra da Escola do Legislativo Senador Ramez Tebet, foi uma das responsáveis pela implantação do projeto. Ela explica que a sala ainda passa por ajustes e que um manual de funcionamento está em elaboração.
“É um projeto novo, então estamos avaliando o que dá certo e o que precisa ser aprimorado. A ideia é criar um regulamento e designar pessoas capacitadas, com formação pedagógica, para acompanhar as crianças”, diz.
Para utilizar o espaço, os pais fazem um cadastro na Assembleia Legislativa e autorizam a permanência dos filhos sob a supervisão de um profissional especializado. Até agora, mais de 60 crianças já foram acolhidas no Parlamento Infantil, informa a pedagoga Glauce Jandri, assessora de comunicação e servidora responsável pelo atendimento.
“Estamos desenvolvendo uma identidade própria de Mato Grosso do Sul. Colocamos bonecas indígenas, animais do Pantanal e uma família negra, para que todas as crianças se sintam representadas. Recentemente, uma menina boliviana se identificou com as bonequinhas, e isso mostra que estamos no caminho certo”, conta.
O projeto já ganhou destaque nacional e foi inscrito em prêmio da Unale da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais. Também recebeu reconhecimento da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e da Câmara dos Deputados), que no dia 12 deste mês inaugurou seu espaço voltado ao público infantil.

“Tivemos um evento com mais de 1,5 mil pessoas e o espaço foi utilizado. Eu recebi mensagens no celular e no Instagram de pessoas falando que o que a Assembleia fez é exemplo. Já tem gente de fora mandando mensagem para a gente. Eu fico orgulhoso de viver isso, porque acho que esse é o papel do parlamento”, declara Gerson Claro.
A Alems estuda ampliar o Parlamento Infantil com banheiros, espaço de amamentação e uma sala maior. A proposta se soma ao anúncio do novo plenário, obra simbólica dos 50 anos de Mato Grosso do Sul, prevista para ser lançada no próximo mês.
A ideia é que o projeto já contemple o espaço infantil na entrada da Assembleia, tornando o plenário um local de sessões, eventos e encontro com a população.
“Nós devemos lançar no próximo mês, uma obra que vai ser símbolo dos 50 anos de Mato Grosso do Sul, que vai ser o plenário novo, com toda uma mudança de estrutura e é óbvio que o plenário novo deve pensar já nesse espaço que está na entrada da Assembleia, porque o plenário vai ser um espaço além das sessões, também para eventos e para a gente receber a população”, finalizou o deputado.
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