Segundo Ruiter, operação contra prefeitura foi "prevista" pela oposição
Prefeito relatou que o clima, dias antes, era de muito zum-zum-zum
O prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha (PT), afirmou que a ação contra a prefeitura já tinha sido “prevista”, inclusive por pessoas ligadas à oposição.
“Esta situação política também foi repassada a alguns de nossos companheiros, colaboradores e pessoas que transitam pela nossa cidade. Muito zum-zum-zum, muita fala de que algo aconteceria na prefeitura o que, coincidentemente, aconteceu. Não quero crer que as autoridades federais envolvidas no assunto estejam coniventes com essa situação. Mas que houve essa coincidência, de fala, de comportamento, isso realmente foi colocado”, afirmou, ontem, durante entrevista coletiva.
Na última quinta-feira, Corumbá foi alvo da operação Decoada, realizada pela PF (Polícia Federal). Os policiais apreenderam documentos na prefeitura e no hospital da cidade, além de empresas. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos na prefeitura de Ladário, que, há um ano, foi alvo de uma operação contra fraudes em licitações.
De acordo com a CGU (Controladoria-Geral da União), a maioria das empresas envolvidas na operação em Ladário é, atualmente, fornecedora, algumas de forma exclusiva, da prefeitura de Corumbá.
Segundo Ruiter, vários casos apontados como fraudes licitatórias e desvio de verbas pela CGU já foram rebatidos e esclarecidos pelos técnicos da prefeitura de Corumbá. “Não dá para falar que A, B ou C cometeu qualquer tipo de delito. Não dá para ser sustentada assim”, declarou.
Quatro servidores foram presos: o secretário de Finanças e Administração, Daniel Martins Costa; o ex-diretor-presidente da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal, Rodolfo Assef Vieira; o assessor especial do gabinete da prefeitura de Corumbá, Carlos Porto, e Camila Campos Carvalho Faro (gerente II da Secretaria de Gestão Governamental). Todos já estão em liberdade.
As investigações, que duraram mais de um ano, foram realizadas em conjunto pela Polícia Federal, MPF (Ministério Público Federal), CGU e MPE (Ministério Público Estadual).
A força-tarefa apontou a ocorrência de fraudes e direcionamentos em licitações, corrupção, desvio de recursos públicos e pagamentos de propina, com o envolvimento de servidores públicos municipais e empresários.
A operação foi batizada de Decoada em analogia ao fenômeno natural em que vegetação local entra em decomposição na seca, reduzindo o oxigênio da água. Como a corrupção, que asfixia a população.Em escutas feitas pela polícia, há indícios de fraudes na Saúde e superfaturamento de shows do Carnaval 2012.