"Trabalho de base" ajudou Adriane a vencer em todas as zonas eleitorais
Cientista político diz que "efeito psicológico" da vitória no 1º turno também contribuiu para resultado
No segundo turno, Adriane Lopes (PP) venceu em todas as zonas eleitorais de Campo Grande, de acordo com dados divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A prefeita conseguiu até conquistar a 35ª Zona Eleitoral, a única onde Rose Modesto (União) obteve mais votos no primeiro turno. O trabalho de base, segundo analista político, pode ter feito a diferença.
RESUMO
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Adriane Lopes (PP) venceu as eleições para prefeita de Campo Grande, conquistando todos os distritos eleitorais no segundo turno. A prefeita conseguiu reverter a derrota do primeiro turno na 35ª Zona Eleitoral, onde Rose Modesto (União) havia obtido mais votos. De acordo com o cientista político Daniel Miranda, o trabalho de base e o efeito psicológico, que favoreceu Adriane após a vitória no primeiro turno, foram fatores importantes para a vitória. A disputa foi acirrada em todos os distritos, com pequenas vantagens para Adriane, sendo a maior diferença de apenas 8 pontos percentuais na 54ª Zona Eleitoral.
A 35ª Zona Eleitoral compreende bairros como Amambaí, Santa Luzia, José Abraão, Vila Almeida, Santo Amaro, Seminário, Aeroporto, Vila Sobrinho e Vila Nasser. Nessa região, Adriane obteve 50,31% dos votos, enquanto Rose obteve 49,69%. No primeiro turno, a diferença foi menor: Rose venceu com 30,80% dos votos, contra 30,36% de Adriane.
O cientista político Daniel Miranda diz que o resultado geral pode ter sido auxiliado por alguns fatores. “Adriane já saiu com vantagem do primeiro turno, existe efeito psicológico”, em que o eleitorado pode ser influenciado, além da migração dos votos de Beto Pereira (PSDB) para Adriane. Mas, o que pode ter feito a maior diferença foi o trabalho de base, dos apoiadores nos bairros da cidade.
“Querendo ou não, existe o peso muito grande das lideranças dos bairros, pessoas que trabalham para vereadores; são figuras importantes naquele microespaço”, disse Miranda.
Neste caso, aplica-se o argumento do efeito psicológico já citado. “Pode-se pensar ‘ah, a chance dela é maior, vou me garantir apoiando [Adriane] desde o início’”, explicou. “E isso acaba levando mais votos para ela”. Segundo Miranda, o apoio do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, não fez diferença no segundo turno, por já ter angariado voto no primeiro turno.
Embate – Em nenhuma zona eleitoral, a vitória de Adriane sobre Rose foi em larga escala. A maior diferença foi de apenas um pouco acima dos oito pontos percentuais.
Esta diferença foi na 54ª Zona Eleitoral, que engloba Vila Bordon, Taveirópolis, Caiçara, Oliveira, Popular, Imá, União, Nova Campo Grande, Serradinho e Indubrasil. Adriane obteve 54,13% dos votos contra 45,87% da Rose.
A segunda maior vantagem foi a 36ª Zona Eleitoral, em que Adriane teve 52,44% e Rose 47,56%. Esta região engloba Centro, Jardim Autonomista, Vila Rica, Vila Rosa, Estrela do Sul, Mata do Jacinto, Carandá Bosque, Vivendas do Bosque, Jardim dos Estados, São Francisco, Vila Margarida, Monte Castelo e Mata do Jacinto.
Fora isso, a disputa foi mais acirrada, com pequena vantagem de Adriane. Confira abaixo:
8ª Zona Eleitoral – Abrange bairros como Moreninha, Chácara Cachoeira, Itanhangá, Tiradentes, Maria Aparecida Pedrossian, Coopharádio, Noroeste, Oiti, Rita Vieira, Vilas Boas, São Bento, Miguel Couto e Distrito de Anhanduí. Adriane venceu com 51,77% dos votos, contra 48,23% de Rose.
44ª Zona Eleitoral - Inclui bairros como Coophavilla, Jardim Ouro Verde, Batistão, São Conrado, Caiobá, Santa Emília, Pênfigo, Bonança, Guanandi e Tijuca. Adriane venceu com 50,30%, contra 49,70% de Rose.
53ª Zona Eleitoral - Regiões como Aero Rancho, Universitário, Iracy Coelho, Parati, Centro-Oeste, Alves Pereira, Colibri, Los Angeles, Lageado, Colibri, Jardim das Mansões, Jóquei Clube, Paulo Coelho Machado e Dom Antônio Barbosa. Adriane teve 50,81% e, Rose, 49,19% dos votos.
Total – Na eleição em Campo Grande, foram registrados 432.811 votos válidos, o que representa 71,40% do total. Adriane Lopes venceu com 222.699 votos, índice de 51,45% contra 210.112 votos para Rose Modesto, que terminou a disputa com 48,55%. Em números absolutos, a diferença foi de 12.587 votos.
A abstenção foi de 28,60%, ou 184.812 eleitores. Daniel Miranda diz que a manutenção de alto percentual já era o esperado, visto que o primeiro turno teve 25,50% do eleitorado.
O cientista político acredita que, mesmo que estes tivessem comparecido às urnas, poderia não influenciar no resultado final. “Imagino que se pegar os dados disponíveis, muitos desse votos seriam da esquerda, que anulariam ou votariam em branco”. Se houvesse migração, seria pequena e se dividiria entre as duas.