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Política

Vereadores cobram 20 novos ecopontos para combater descarte irregular de lixo

Somente neste ano, a GCM flagrou 68 descartes irregulares e aplicou R$ 225 mil em multas na Capital

Por Mylena Fraiha | 03/11/2025 13:28
Vereadores cobram 20 novos ecopontos para combater descarte irregular de lixo
Vereadores e representantes de concessionárias durante debate sobre descarte de lixo, realizado na Câmara Municipal (Foto: Izaías Medeiros/Câmara Municipal).

A Patrulha Ambiental da GCM (Guarda Civil Metropolitana) registrou 68 flagrantes de descarte irregular de entulho e aplicou R$ 225 mil em multas neste ano em Campo Grande. O número expôs a necessidade de ampliar os pontos de descarte legalizados, tema central de audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira (3), na Câmara Municipal.

RESUMO

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A Patrulha Ambiental da Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande registrou 68 flagrantes de descarte irregular de entulho e aplicou R$ 225 mil em multas em 2023. O problema foi tema de audiência pública na Câmara Municipal, que discutiu a necessidade de ampliar os pontos de descarte legalizados na cidade. Atualmente, Campo Grande possui apenas cinco ecopontos, número considerado insuficiente pelos vereadores, que defendem a criação de 20 a 30 novos pontos. Entre os locais críticos de descarte irregular estão as margens do Rio Anhanduí, Avenida Ernesto Geisel e o anel rodoviário. A Águas Guariroba alerta que realiza mais de 700 desobstruções mensais na rede de esgoto devido ao descarte inadequado.

O encontro foi proposto pelo vereador Veterinário Francisco (União Brasil), vice-presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente, e reuniu autoridades, representantes da Prefeitura, do Ministério Público, da concessionária Águas Guariroba e da empresa Solurb.

Atualmente, Campo Grande possui apenas cinco ecopontos, localizados nos bairros Nova Lima, Panamá, União, Moreninha III e Jardim Noroeste, todos sob responsabilidade da Solurb. Segundo o vereador Ronilço Guerreiro (Podemos), seriam necessários no mínimo 20 novos ecopontos para atender à demanda da cidade.

“Hoje são apenas cinco em funcionamento, e cada um recebe até um metro cúbico de resíduos por cidadão, por dia — às vezes, o equivalente a uma caixa d’água. Precisamos ampliar essa estrutura e adotar uma política mais rigorosa de fiscalização, porque as pessoas estão jogando muito lixo nas ruas”, afirmou Ronilço.

O parlamentar também voltou a defender a criação dos ‘ecopontões’, grandes estruturas regionais para o descarte de itens maiores, como móveis e eletrodomésticos. “A Prefeitura chegou a discutir a criação de sete ecopontões, mas até agora nada se concretizou. Seguimos cobrando”, disse.

Vereadores cobram 20 novos ecopontos para combater descarte irregular de lixo
Interior do ecoponto localizado na Moreninha 3, em Campo Grande (Foto: Divulgação).

Entre as sugestões apresentadas durante o debate estão o reforço na fiscalização, o aumento da coleta seletiva e ações de educação ambiental para conscientizar a população. O vereador Veterinário Francisco destacou pontos críticos de descarte irregular, como as margens do Rio Anhanduí, Avenida Ernesto Geisel, Rua Lindoia (Vila Marli), o corredor do Nova Lima e o anel rodoviário, entre as saídas para Rochedo e Jaraguari.

“Os moradores estão cansados de viver no meio de entulho, resto de obra e pouca gente fiscalizando. Isso desvaloriza os bairros e coloca em risco a saúde das famílias”, afirmou Francisco. Ele também criticou a ausência de secretários municipais na audiência e cobrou atuação mais efetiva da Prefeitura.

Vereadores cobram 20 novos ecopontos para combater descarte irregular de lixo
Na última segunda-feira, a reportagem flagrou que, no trecho entre a Rua Aphrodite e a Jane Regina, não é possível o tráfego de veículos devido ao acúmulo de lixo (Foto: Arquivo/Geniffer Valeriano).

Um caso recente, noticiado pelo Campo Grande News, ocorreu na Rua Antônio Veiber, no bairro Vila Nasser. Na segunda-feira passada (27 de outubro), a via foi flagrada praticamente tomada por lixo e entulhos.

Em outro trecho da rua, entre as ruas Aphrodite e Marguerita Urmeneta, o trânsito é possível apenas por uma das faixas, já que a outra metade também está coberta de resíduos. Moradores afirmam que o acúmulo vem crescendo e que o local se tornou um depósito a céu aberto, com risco de proliferação de insetos e mau cheiro.

Durante a audiência, o representante da Águas Guariroba, Daniel dos Santos, alertou para o impacto do lixo na drenagem urbana e no tratamento da água. “O lixo mal acondicionado não desaparece; ele entope galerias e chega aos mananciais. Isso aumenta custos e tempo de tratamento”, afirmou. Segundo ele, a concessionária realiza mais de 700 desobstruções por mês, a maioria causada por lixo jogado na rede de esgoto.

Já o superintendente da Solurb, Élcio Terra, informou que Campo Grande tem 100% da área urbana atendida com coleta domiciliar de lixo e 77% com coleta seletiva porta a porta. “Garantimos que a população receba coleta regular pelo menos três vezes por semana. São mais de mil colaboradores envolvidos nesse trabalho”, disse.

Fiscalização – Também presente no debate, o promotor de Justiça Luiz Antônio Freitas de Almeida, do MPE (Ministério Público Estadual), destacou a necessidade de repressão ao descarte irregular e à falta de manutenção de terrenos urbanos. “O MPE tem uma ação contra o Município cobrando limpeza das áreas públicas e também das áreas particulares, quando o proprietário é notificado e não cumpre”, explicou.

De acordo com o comandante da Patrulha Ambiental da GCM, Giulliano Albuquerque Lopes, 27 agentes atuam na fiscalização de descarte de entulhos e ferros-velhos, além de ações educativas. “Há casos em que o próprio morador da frente está descartando restos de poda ou construção em terrenos baldios. Aquilo logo vira um lixão irregular”, contou.

Ao encerrar o encontro, o vereador Veterinário Francisco destacou que as propostas debatidas serão levadas adiante. “Aqui foram discutidas ideias, e temos o compromisso de transformá-las em ações concretas”, afirmou.

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