Vereadores cobram 20 novos ecopontos para combater descarte irregular de lixo
Somente neste ano, a GCM flagrou 68 descartes irregulares e aplicou R$ 225 mil em multas na Capital

A Patrulha Ambiental da GCM (Guarda Civil Metropolitana) registrou 68 flagrantes de descarte irregular de entulho e aplicou R$ 225 mil em multas neste ano em Campo Grande. O número expôs a necessidade de ampliar os pontos de descarte legalizados, tema central de audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira (3), na Câmara Municipal.
RESUMO
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A Patrulha Ambiental da Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande registrou 68 flagrantes de descarte irregular de entulho e aplicou R$ 225 mil em multas em 2023. O problema foi tema de audiência pública na Câmara Municipal, que discutiu a necessidade de ampliar os pontos de descarte legalizados na cidade. Atualmente, Campo Grande possui apenas cinco ecopontos, número considerado insuficiente pelos vereadores, que defendem a criação de 20 a 30 novos pontos. Entre os locais críticos de descarte irregular estão as margens do Rio Anhanduí, Avenida Ernesto Geisel e o anel rodoviário. A Águas Guariroba alerta que realiza mais de 700 desobstruções mensais na rede de esgoto devido ao descarte inadequado.
O encontro foi proposto pelo vereador Veterinário Francisco (União Brasil), vice-presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente, e reuniu autoridades, representantes da Prefeitura, do Ministério Público, da concessionária Águas Guariroba e da empresa Solurb.
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Atualmente, Campo Grande possui apenas cinco ecopontos, localizados nos bairros Nova Lima, Panamá, União, Moreninha III e Jardim Noroeste, todos sob responsabilidade da Solurb. Segundo o vereador Ronilço Guerreiro (Podemos), seriam necessários no mínimo 20 novos ecopontos para atender à demanda da cidade.
“Hoje são apenas cinco em funcionamento, e cada um recebe até um metro cúbico de resíduos por cidadão, por dia — às vezes, o equivalente a uma caixa d’água. Precisamos ampliar essa estrutura e adotar uma política mais rigorosa de fiscalização, porque as pessoas estão jogando muito lixo nas ruas”, afirmou Ronilço.
O parlamentar também voltou a defender a criação dos ‘ecopontões’, grandes estruturas regionais para o descarte de itens maiores, como móveis e eletrodomésticos. “A Prefeitura chegou a discutir a criação de sete ecopontões, mas até agora nada se concretizou. Seguimos cobrando”, disse.
Entre as sugestões apresentadas durante o debate estão o reforço na fiscalização, o aumento da coleta seletiva e ações de educação ambiental para conscientizar a população. O vereador Veterinário Francisco destacou pontos críticos de descarte irregular, como as margens do Rio Anhanduí, Avenida Ernesto Geisel, Rua Lindoia (Vila Marli), o corredor do Nova Lima e o anel rodoviário, entre as saídas para Rochedo e Jaraguari.
“Os moradores estão cansados de viver no meio de entulho, resto de obra e pouca gente fiscalizando. Isso desvaloriza os bairros e coloca em risco a saúde das famílias”, afirmou Francisco. Ele também criticou a ausência de secretários municipais na audiência e cobrou atuação mais efetiva da Prefeitura.

Um caso recente, noticiado pelo Campo Grande News, ocorreu na Rua Antônio Veiber, no bairro Vila Nasser. Na segunda-feira passada (27 de outubro), a via foi flagrada praticamente tomada por lixo e entulhos.
Em outro trecho da rua, entre as ruas Aphrodite e Marguerita Urmeneta, o trânsito é possível apenas por uma das faixas, já que a outra metade também está coberta de resíduos. Moradores afirmam que o acúmulo vem crescendo e que o local se tornou um depósito a céu aberto, com risco de proliferação de insetos e mau cheiro.
Durante a audiência, o representante da Águas Guariroba, Daniel dos Santos, alertou para o impacto do lixo na drenagem urbana e no tratamento da água. “O lixo mal acondicionado não desaparece; ele entope galerias e chega aos mananciais. Isso aumenta custos e tempo de tratamento”, afirmou. Segundo ele, a concessionária realiza mais de 700 desobstruções por mês, a maioria causada por lixo jogado na rede de esgoto.
Já o superintendente da Solurb, Élcio Terra, informou que Campo Grande tem 100% da área urbana atendida com coleta domiciliar de lixo e 77% com coleta seletiva porta a porta. “Garantimos que a população receba coleta regular pelo menos três vezes por semana. São mais de mil colaboradores envolvidos nesse trabalho”, disse.
Fiscalização – Também presente no debate, o promotor de Justiça Luiz Antônio Freitas de Almeida, do MPE (Ministério Público Estadual), destacou a necessidade de repressão ao descarte irregular e à falta de manutenção de terrenos urbanos. “O MPE tem uma ação contra o Município cobrando limpeza das áreas públicas e também das áreas particulares, quando o proprietário é notificado e não cumpre”, explicou.
De acordo com o comandante da Patrulha Ambiental da GCM, Giulliano Albuquerque Lopes, 27 agentes atuam na fiscalização de descarte de entulhos e ferros-velhos, além de ações educativas. “Há casos em que o próprio morador da frente está descartando restos de poda ou construção em terrenos baldios. Aquilo logo vira um lixão irregular”, contou.
Ao encerrar o encontro, o vereador Veterinário Francisco destacou que as propostas debatidas serão levadas adiante. “Aqui foram discutidas ideias, e temos o compromisso de transformá-las em ações concretas”, afirmou.
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