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Política

WhatsApp pode substituir perfil fake e ser a “dor de cabeça” dos candidatos

Aline dos Santos | 29/07/2016 13:00
A preocupação é com a propaganda via WhatsApp. (Foto: Fernando Antunes)
A preocupação é com a propaganda via WhatsApp. (Foto: Fernando Antunes)

Se em 2014 os perfis fakes no Facebook monopolizaram as denúncias à Justiça Eleitoral, o aplicativo WahtsApp pode ser o novo protagonista da “dor de cabeça” para os candidatos nas eleições 2016.

“Teve um aumento muito grande de propaganda através de WhatsApp, nova modalidade de propaganda eleitoral. Mas é um modo mais difícil de controlar, não tem a origem. Em 2014, a moda era o Facebook, agora o forte são os grupos de mensagens interpessoais. O controle fica terrível”, afirma o advogado Valeriano Fontoura, especialista em Direito Eleitoral.

O temor é que o aplicativo seja utilizado para circulação de montagens e vídeos ofensivos. “A divulgação é geométrica. E o estrago já vai ter sido feito. Como vai identificar quem começou e pedir indenização por danos morais”, salienta o advogado.

O aplicativo já foi suspenso três vezes no Brasil por não liberar dados de usuários para investigações criminais

“Como temos visto nos casos recentes, não tem acesso às mensagens. Caso saia um vídeo com mentira pesada sobre um candidato e ele entre com a ação, acho difícil o Facebook [dono do aplicativo] colaborar, tem uma discussão sobre privacidade”, afirma o diretor de tecnologia do grupo WTW, Kenneth Coelho Côrrea.

Do ponto de vista técnico, a identificação do autor é problemática. “O vídeo vira um arquivo, que mandado por meio do WhatsApp não é mais rastreável”, diz Kenneth. Ainda segundo ele, no caso de perfil no Facebook, o controle é maior. O cadastro é feito por meio de e-mail, que pode até ser falso, mas precisa estar relacionado a um número de celular, portanto, com chip registrado em nome de usuário.

Falso e agressivo - Alvos da operação “Face to Fake”, realizada pela PF (Polícia Federal) no ano passado, os perfis falsos monopolizaram as eleições de 2014. As vítimas preferenciais foram os principais candidatos ao governo do Estado.

Além da retirada do conteúdo, a Justiça Eleitoral encaminhou as denúncias de candidatos, partidos e/ou coligações para a PF (Polícia Federal). Após a constatação do uso frequente de alguns IPs (internet protocol), foram determinadas as buscas. Desta forma, o fake pode ganhar nome e sobrenome e responder criminalmente pelo teor das postagens.

Conforme a PF, o serviço de linchamento virtual a candidatos, teve como protagonista de simpatizantes a pessoas que receberam R$ 6 mil.

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