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Almoço a R$ 35: Josiane luta por “preço justo” em restaurante no meio da estrada

Entre Água Clara e Inocência, MS-377 é caminho dos trabalhadores da rota da celulose

Por Aline dos Santos | 03/03/2025 07:25


Almoço a R$ 35: Josiane luta por “preço justo” em restaurante no meio da estrada
Josiane Oliveira ampliou restaurante para atender público que circula pela MS-377. (Foto: Paulo Francis)

RESUMO

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Josiane Aparecida Gonçalves Oliveira, proprietária da Lanchonete Vera Cruz, localizada na MS-377 entre Água Clara e Inocência, luta para manter preços justos em meio à inflação local. Apesar do aumento de 100% no aluguel, o self-service custa R$ 35. Após consultoria do Sebrae, Josiane aprendeu a formar preços e controlar estoques. O restaurante, que atende caminhoneiros e funcionários da fábrica de celulose da Arauco, serve mais de 100 refeições diárias. Com a expansão da fábrica, a região enfrenta alta nos aluguéis, mas Josiane segue otimista, empregando familiares e ampliando o negócio.

A considerar a longa distância das cidades mais próximas, o Restaurante Vera Cruz até poderia “salgar nos preços”. Mas, apesar de localizado às margens da MS-377, no meio do caminho entre Água Clara e Inocência, bem perto do canteiro de obras da fábrica de celulose da Arauco, o esforço da proprietária Josiane Aparecida Gonçalves Oliveira, 38 anos, é para manter o que chama de preço justo.

A região vive uma disparada de preços, o aluguel do estabelecimento aumentou 100%, mas o self-service custa R$ 35, a marmita M é R$ 20 e o marmitex G sai por R$ 23.

“O pessoal até estava comentando nos grupos de Inocência. Quase tudo que vendo aqui é mais barato do que na cidade. E eu não estou perdendo”, diz a proprietária do restaurante, em atividade há 12 anos.

Ela conta que aprendeu sobre formação dos preços após consultoria. “O Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas] vem aqui. Todo mês tem uma consultoria. Na área financeira, preço, controle de estoque, calcular os ganhos, como atender o cliente. Você aprende muitas coisas”, afirma Josiane.

Depois das dificuldades da pandemia da covid, período em que precisou fechar o restaurante, ela viu o espaço renascer com mais público. “Tem os caminhoneiros que passam por aqui, o pessoal da fábrica. Na pandemia, ficamos dois anos fechados. Mas a gente reabriu, começou o movimento e a cada dia aumenta mais. No almoço, são mais de 100 refeições”.

Almoço a R$ 35: Josiane luta por “preço justo” em restaurante no meio da estrada
Josiane conta que precisou fechar restaurante por 2 anos na pandemia. (Foto: Paulo Francis)

O restaurante está em ampliação. O novo salão já funciona, mas ainda vai receber climatização. O espaço é alugado. “Depois que a fábrica veio aqui. O aluguel aumentou 100%. E esse ano vai subir ainda mais. Mas graças a Deus o movimento aqui é bom”, conta Josiane.

O restaurante emprega toda a família, considerando a dificuldade de conseguir funcionário. “Tem irmão, irmã, cunhado. Porque não está fácil arrumar mão de obra. Quem está na cidade não quer vir para o mato. Tem que vir e ficar aqui, que é longe”. Feliz com os novos rumos da MS-377, ela conta que conseguiu criar as duas filhas com os rendimentos do estabelecimento comercial. “Por isso que eu falo, a gente tem que trabalhar”.

Cidade de empreendedores - A 331 quilômetros de Campo Grande, Inocência participa do programa Cidade Empreendedora,  parceria do Sebrae com a prefeitura para fortalecimento dos pequenos negócios. Entre 2023 e 2024, o município recebeu soluções para encadeamento produtivo na região e o aumento da competitividade.

O Cidade Empreendedora melhora o ambiente de negócios para quem quer empreender e oferece suporte para os empresários locais. Segundo a prefeitura, são 1.300 empresas legalizadas no município.

Para trazer visibilidade e tornar Inocência mais competitiva, uma das estratégias de marketing recorreu ao fato de o local ser conhecido como a “cidade do romance”. O nome é em homenagem ao livro Inocência, escrito por Visconde de Taunay.

Desta forma, foi usado o conceito “onde o romance sai do papel”. A ideia une o nome da cidade à celulose, atividade econômica em ascensão.

Almoço a R$ 35: Josiane luta por “preço justo” em restaurante no meio da estrada
A MS-377 liga Inocência a Água Clara, um dos eixos do eucalipto em MS. (Foto: Paulo Francis)

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