"Avenida no meio da fazenda": progresso impressiona quem não nasceu na Capital
Eduardo Cabral chegou por aqui na década de 80 e tem um acervo de fotos históricas
O fotógrafo Eduardo Cabral, de 61 anos, que hoje é mais conhecido pela sua função de presidente da Associação de Moradores do Cabreúva, guarda um importante acervo de como era Campo Grande décadas atrás. Neste 26 de agosto, aniversário de 125 anos de cidade, as fotos mostram que o progresso “rasgou” o que antes eram áreas verdes de fazendas.
Natural de Itapetininga, em São Paulo, a sua primeira visita a Campo Grande foi em 1986, quando também fez a primeira foto. Na imagem, uma avenida larga, com espaço verde em ambas as margens. Ali a descida da Rua Doutor Paulo Machado, a antiga Furnas, ao lado do Shopping Campo Grande, quase esquina com a Avenida Afonso Pena.
“Como fotógrafo sempre tive curiosidade e olhar atento aos detalhes. Na foto da Afonso Pena, era minha primeira viagem a Campo Grande e estranhei ver uma imensa avenida no meio da fazenda. Depois da Ceará não tinha nada a não ser a avenida até o parque dos poderes e a volta era pela Mato Grosso”, conta.
Outra coleção muito utilizada por ele, até hoje, são as fotos da Estação Ferroviária e os trilhos por onde os trens da Noroeste Brasil passavam. Pouco a pouco, os impactos da modernização do nosso perímetro urbano foram mudando, também, o cenário observado por Eduardo através das lentes, mas ele nunca deixou de reconhecer a importância disso.
“Nesses quase 40 anos, o crescimento foi fantástico e grandes mudanças aconteceram. Mudança da Feira Central para a Esplanada Ferroviária, retirada dos trilhos e Orla Morena. Verticalização está crescendo nos últimos 20 anos, principalmente na região do shopping e Bairro São Francisco”, compartilha.
Com tanta bagagem, nem parece que o objetivo dele na década de 1980 era viver em Alta Floresta (MT), mas a Cidade Morena mexeu com ele. "Eu passei por aqui a trabalho, a caminho de uma formatura no Mato Grosso, mas a cidade me encantou, seis anos depois me mudei com a família toda e aqui estamos", completa.
Atualmente, Eduardo Cabral e a esposa, a jornalista Suki Ozaki, usam esse acervo para tentar manter a parte histórica da Capital preservada e as memórias valorizadas, sem deixar que a modernização enterre os encantos que fazem as pessoas decidirem largar tudo para vive aqui.
“Já me considero um campo-grandense nato e eu sou apaixonado pela cidade, desejo que ela continue a crescer e que não venha a perder essa característica de cidade do interior, onde você pode rever amigos, você pode estender a sua rede, você pode parar para tomar seu tereré”, termina.
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