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Retrospectiva 2013

Alagamentos são rotina e moradores têm que se unir para conter prejuízos

Filipe Prado | 31/12/2013 17:50
No bairro Santo Antonio os moradores fazer um "força tarefa" para acabar com a sujeira (Foto: Marcos Ermínio)
No bairro Santo Antonio os moradores fazer um "força tarefa" para acabar com a sujeira (Foto: Marcos Ermínio)

Os alagamentos em Campo Grande viraram rotina em 2013. Os moradores dos bairros mais afetados precisaram adaptar as suas casas ou formar “forças tarefa” para amenizar os estragos causados pelas chuvas, mas alguns pontos já viraram “carta marcada” na Capital. Mesmo assim alguns foram “pegos de surpresa” este ano.

Santo Antônio – O bairro Santo Antônio os moradores resolveram se unir para tentar conter os alagamentos, além de preparar as casas. Os moradores contam que há 12 anos precisam “viver em função da chuva” e não aguentam mais a situação.

Eles já perderam as contas de quantas vezes tiveram que se unir para limpar as casas dos vizinhos. Os moradores vão de casa em casa, limpando, tirando a água e contabilizando os prejuízos, até que todas as casas da rua estejam sem sujeira.

A situação já é corriqueira para o Corpo de Bombeiros, que sempre é chamados para o socorro, como para desobstruir a água da região. Eles levam uma máquina para escoar a água das casas e percorrem todo o bairro limpando e destampando as bocas de lobo.

A rua Frutuoso Barbosa virou um rio
A rua Frutuoso Barbosa virou um rio

Oracília – Para os moradores da Vila Jardim Oracília, principalmente na rua Frutuoso Barbosa, a situação ainda é lamentável. A rua virou um “rio” e os moradores não conseguiram nem sair de casa quando a chuva é muito forte. São cerca de 100 pessoas afetadas pelo alagamento.

Outra reclamação foi a quantidade de sujeira trazida para dentro das casas. Desde barro até cachorros são levados para a enxurrada. Os moradores contam que desde que o asfalto começou a ser colocado nos bairros em volta, o problema começou.

Coophatrabalho – No bairro os moradores deixaram de pagar o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), por conta do grande número de alagamentos na região. Dona Maria Elza Vera, 63 anos, teve que adaptar toda a sua casa, para poder conter os prejuízos causados pelas chuvas.

Na rua Tipuana, onde dona Maria mora, alguns moradores estão há seis anos sem pagar o imposto, pois todas as vezes que chove mais forte as casas são invadidas pela água.

O sistema de drenagem de águas pluviais não é suficiente para conter a enxurrada que passa pelo local, pois isso os moradores acabam destampando os bueiros. Eles já começam a se mobilizar ao surgir da primeira nuvem de chuva no céu, prevendo os estragos.

Paradiso – O Jardim Paradiso é o mais novo ponto de alagamento da cidade. Na rua Youseff Abdulahad, os moradores de vários condomínios, que ficam cheios de barro, que vem junto com uma enxurrada.

Eles já estão desesperados e frustrados com a situação. Em menos de dois meses, as casas foram invadidas pela água e deu prejuízo para os moradores. Alguns até saíram de suas residências, com medo de uma nova enxurrada.

O bairro também conta com uma “força tarefa“. Os moradores se unem para limpar as casas e principalmente a rua, que fica intransitável quando chove. No dia 11 de novembro, os moradores acordaram por volta das 6h da manhã para tentar conter a primeira enxurrada.

A prefeitura já foi até o local avaliar os estragos e até arrumara a drenagem da rua, mas isso durou apenas algumas semanas. No dia 18 de dezembro, outra chuva fez com que os moradores tivessem que deixar tudo de lado e socorrer suas casas e vizinhos.

No Jardim Paradiso os moradores foram pegos de surpresa pela enxurrada (Foto: Cleber Gellio)
No Jardim Paradiso os moradores foram pegos de surpresa pela enxurrada (Foto: Cleber Gellio)
Foram duas enxurradas em semanas (Foto: Cleber Gellio)
Foram duas enxurradas em semanas (Foto: Cleber Gellio)
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