Metrô de Moscou, uma viagem de conhecimento da arte e história da Rússia
Inaugurado em 1935, o metrô da capital russa tem 196 estações, 12 linhas e exige muita atenção no aplicativo para não se perder
Vai para Moscou? Então escolha o metrô como seu meio de transporte na cidade. Em qualquer uma das 196 estações perceberá logo na chegada que não será um simples deslocamento, mas um passeio pelo conhecimento. O metrô da capital russa é uma espécie de museu subterrâneo com suas paredes e pisos de mármore, esculturas, candelabros, mosaicos e uma decoração nada comparada aos outros metrôs pelo mundo. É um luxuoso passeio pela arte e pela história da Rússia.
Mas atenção! Como em todos os metrôs do mundo, no metrô de Moscou o passageiro de primeira viagem terá problemas de localização sobre onde embarcar para o seu destino, e qual trem faz a sua linha. Em qualquer lugar, esta é uma situação de pressão, ter que decidir algo que não conhece naquele vai e vem de pessoas, mas em Moscou tudo se torna ainda mais complicado por conta da barreira da comunicação.
Embora seja a capital do país, não é comum cruzar com locais que falam inglês ou espanhol, por exemplo. Nas paredes das estações há mapas com indicações de linhas, interligações e acessos, só que o idioma cirílico aparece em destaque e a tradução para o inglês está logo abaixo num cinza bem apagado. Em algumas estações, a maioria delas, mesmo depois da Copa do Mundo de 2018, nem adianta tentar encontrar placas que não sejam no idioma russo.
Por experiência própria posso dizer que os russos e russas são legais com os turistas. Nas ruas e no metrô há sempre alguém disposto a ajudar nos problemas de localização, porém, no idioma russo ou num inglês misturado com russo.
Logo no meu primeiro dia em Moscou, fui conhecer a famosa Praça Vermelha na companhia de dois colegas jornalistas de São Petersburgo. Como eles já conheciam o caminho, além do fato natural de serem russos, a ida foi bem tranquila desde a estação Myakinino, em Krasbogorsk, um distrito da capital onde funcionava a Escola Central Antifacista na década de 1940.
Já a minha volta para o hotel onde estava hospedado no distrito de Timiryazavsky foi simplesmente uma das experiências mais difíceis que enfrentei pelo mundo. Embarquei às 19h35 na estação Krasnaya Ploshchad, próxima da Praça Vermelha, e passava das 23h30 quando, enfim, cheguei ao meu destino na estação Okruzhnaya, apesar do trajeto ser de pouco mais de 17 km.
No dia seguinte me informei que a viagem normal previa apenas uma troca de estação e o deslocamento em no máximo 35 minutos, mas como acabei me perdendo no metrô, fiz cinco interligações até encontrar o caminho, graças a ajuda de um policial com o seu “rusês” – mistura de inglês com russo – e de uma menina ucraniana de inglês britânico. Foram tantas idas e vindas, trocas de trens e de estações que tive de me segurar para não entrar em desespero. Não entrei em pânico, mas foi por pouco.
Uma boa dica para amenizar o perrengue com a comunicação é baixar no celular o aplicativo da empresa metroviária local, a Yandex Metro, onde encontrará o mapa completo de todas as estações e linhas do metrô de Moscou com sugestões de rotas e outras dicas, como tempo de duração do deslocamento, alertas sobre fechamento e abertura de estações. Sem isso com certeza irá se perder no metrô, mesmo que tenha em mãos o endereço correto do seu destino.
Ah, a passagem do metrô em Moscou custa 50 rublos, algo em torno de R$ 2,84. Se preferir você pode comprar por 50 rublos o cartão Troika, tipo os que existem no transporte público no Brasil, nas bilheterias ou nas máquinas de venda de bilhetes nas estações. A carga com o número de deslocamentos que desejar pode ser feita nas estações ou no aplicativo da Yandex Metro e dá direito a andar de metrô, ônibus, trólebus e bondes.
O inconfundível cartãozinho vermelho pode ter só uma ou mais viagens em qualquer tipo de transporte público de Moscou, e o custo da viagem depende do número de deslocamentos (quanto maior for o número, menor o valor unitário). Para quem planeja usar bastante o transporte público, vale a pena uma carga maior. Por 60 viagens, por exemplo, o custo é de 1.700 rublos (R$ 96). Se optar por apenas uma ou duas viagens saiba que terá de usar a carga no período de cinco dias, acima disso a validade é de até três meses.
Conforme o site oficial do Departamento de Metrô de Moscou (http://mosmetro.ru), órgão público facilmente identificado pela gigantesca marca na letra “M” de cor vermelha, há um limite de carga para o Troika.
Em cada cartão só é permitido o crédito de 3.000 rublos (R$ 170). Se o crédito não for inteiramente usado durante a permanência em Moscou, nos postos de serviços do metrô é possível devolver o cartão e ter a quantia não usada de volta. A checagem de crédito pelos usuários pode ser feita no aplicativo ou nas estações.
O cartão é intransferível. Pelas regras do metrô, cada pessoa deve ter seu próprio bilhete, e quem for flagrado sem bilhete válido será multado em 1.000 rublos (R$ 56).