Testamos a Fiat Titano, será que vale a pena comprar uma?
Titano Ranch versão topo de linha testada pelo Campo Grande News (Texto e fotos Márcio Martins)
A Fiat até que enfim tem uma representante no segmento das picapes médias, a Titano chegou para concorrer em um território complicado e vai ter um caminho difícil para percorrer, pois seus concorrentes estão já consolidados, e vai ter que encarar a líder Hilux e também Ranger, S10, L200, Frontier e Amarok. Será que que a Titano vai ter atributos para tirar vendas dessas veteranas?
Para isso testamos por sete dias a Fiat Titano na versão mais completa Ranch para conhecer seus pontos positivos e seus negativos. Um dos seus principais atrativos é o preço: A versão de entrada, Endurance custa R$ 219.990, Volcano R$ 239.990 e Ranch R$ 259.990. Todas são equipadas com motor 2.2 turbodiesel de 180 cv, com 40,8 kgfm de torque, somente na versão de entrada tem 37,7 kgfm. Só para comparação uma Fiat Toro Ranch diesel custa em torno de R$ 216 mil.
Entre eixos é de 3.180 mm é maior do que da Hilux e S10, e tem a maior caçamba com 1.109 litros
O segmento das picapes tem certos “preconceitos” com novidades, pois o comprador de picape média no Brasil é conservador com suas marcas preferidas. Arrisco a dizer que não vai ser fácil pra Titano tirar vendas dessas picapes, mas o objetivo principal da marca é aproveitar a grande carteira de clientes das suas picapes campeãs de vendas a Strada e a Toro, assim a Fiat busca convencer os que já estão na marca primeiro, além disso ela tem a força de sua rede autorizada que passam de 600 concessionárias.
Experiência a bordo
Tem boa posição de dirigir, tem câmera 360º e assistente de saída de faixa. Nosso teste rodamos 700 km.
A camionete tem bom espaço interno, a cabine tem um desenho moderno que lembra os carros da Peugeot, que é também da Stellantis, no qual herdou seu projeto que em outros países a picape se chama Landtrek.
A posição de dirigir é agradável, o painel é moderno, mas tem bastante plástico, os comandos estão bem posicionados, os dois bancos dianteiros é em couro e têm ajuste elétrico e os traseiros podem ser rebatidos, o que permite capacidade de transporte de até cem quilos atrás da segunda fileira de bancos.
O volante multifuncional também é em couro sintético. O habitáculo oferece bom espaço para cabeça, pernas e ombros. Para ligar a tração tem um botão giratório na frente do câmbio, além disso também tem o botão Sport e Eco que é muito útil.
Os ponteiros do velocímetro e conta-giros ficaram apertados e dificultam a leitura em viagens longas
O painel de instrumentos tem tela digital colorida de 4,2 polegadas, com um design bonito, mas em uma viagem dificulta a leitura, o conta-giros por exemplo o ponteiro sobe ao contrário, que gera certa confusão, parece que a camionete está com a rotação no máximo sendo que na verdade está no mínimo, até se acostumar leva um tempo.
A central multimídia tem tela de 10 polegadas com boa qualidade. O destaque fica por conta da câmera de 360 graus (que muitas concorrentes não tem) que ajuda na hora de estacionar e é ativada automaticamente quando obstáculos são detectados durante a manobra, da pra configurar também o acionamento automático da câmera quando liga a seta em baixa velocidade.
O multimídia tem navegação TomTom e espelhamento para Apple CarPlay e Android Auto. O ar-condicionado digital é dual zone (mas não é controlada pela central), e a picape oferece o sistema “keyless entry’n go” (chave presencial para abertura de portas, partida por botão).
Na segunda fileira de assentos, o bom ângulo de reclinação amplia o conforto. Na frente, há um console central com porta-copos, nichos para objetos e um amplo apoio de braços central, que abriga um compartimento de boas dimensões.
Impressões ao dirigir
Editor Márcio Martins durante viagem ao interior do estado (Foto Danilo Fonseca)
Rodamos na cidade, na terra e rodovia, num total de 700 km, o que mais incomodou foi famoso pula pula que tem em algumas picapes, inclusive em asfalto ruim por exemplo, especialmente com a caçamba vazia, torna-se mais perceptível em pisos irregulares. Os bons ângulos de entrada (29 graus) e de saída (27 graus) facilitam a transposição de obstáculos no off-road.
A Titano pode puxar 3.500 kg de reboque. Pode levar até 1.020 kg de carga (Foto Márcio Martins)
Pra uma picape, “tamanho é documento”, e isso faz toda diferença para quem procura um veículo para trabalho, que no caso da Titano tem a maior caçamba da categoria, carrega até 1.314 litros, leva até 1.020 kg em carga e pode puxar 3.500 kg de reboque A picape tem 5,3 metros de comprimento, 2,2 m largura (maior que uma Hilux)
O motor não faz feio, é o mesmo que equipa a Ducato, já é bem conhecido e testado, a Titano fez de 0 a 100 km/h, no modo Sport, 11,9 segundos, número próximo da Ranger 2.0TD (11,5 segundos), na retomada, está em uma faixa condizente com sua potência (8,5 s no 40 a 100 km/h e 8,9 s no 80 a 120 km/h), só que esse número piora bem quando carregada.
O motor é o mesmo 2.2 de 180 cv do Ducato , fez de 0 a 100 km/h, no modo Sport, 11,9 segundos (Foto Márcio Martins)
O motor é 2.2 turbodiesel, com 180 cv e 40,8 kgfm, com câmbio automático de seis marchas nas versões Volcano e Ranch. (Na Toro vem com câmbio de 9 marchas) A versão Endurance, focada em empresas, traz o mesmo motor, mas com torque menor (37,7 kgfm) e vem associado a um câmbio manual de seis marchas. Por falar em motor, o da Titano é econômico e entrega o que anuncia em consumo, indo até além.
Durante o teste, a versão Ranch fez 8,5 km/l na cidade, como anunciado oficialmente, e 9,9 km/l na estrada.
Versão Ranch tem câmera 360° off-road, seis airbags, keyless entry’n go (chave presencial e partida por botão).
A Titano já começa bem equipada pela versão Endurance contando com bloqueio de diferencial traseiro, controle de cruzeiro, Hill Hold Control (HHC), controle de tração (TC), porta-objetos embaixo dos bancos traseiros, luz de caçamba, assistente de reboque (TSC), Hill Descent Control (HDC), piloto automático, limitador de velocidade, ar-condicionado, conexão com celular para músicas e ligações, porta-luvas refrigerado, três entradas para USB, sendo duas frontais e uma traseira e volante multifuncional.
Farol de Full Led só na versão Ranch, mas na luz alta é halógena assim como no farol de neblina (Foto Márcio Martins)
Na parte visual o destaque fica por conta da grade dianteira e os faróis de full Led que vem somente na versão Ranch testada. Na lateral o visual segue o mesmo padrão das picapes atuais. A Titano Ranch vem rodas rodas de liga-leve de 18”, os pneus são de uso misto, que passam a sensação de robustez e ajudam na utilização off-road.
Tem modos de tração: 2H (High Speed), 4H (4 High Speed e 4 Low Speed) e botão com função Sport (Foto Márcio Martins)
Além disso ela vem com detalhes cromados, santoantônio, estribos, capota marítima, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e alerta de saída de faixa, porém só avisa que saiu da faixa, nos testes que fizemos ela não corrige as saídas.
Conclusão: A Titano na minha opinião é para quem busca uma picape para o trabalho, ou para quem tem uma picape menor e quer subir de nível, para quem gosta de tecnologia e segurança, isso a Titano atende, agora para quem procura uma picape com mais potência, a Titano não vai atender.
A Titano não fica devendo nada na aparência e robustez, muito menos nos preços, a seu favor tem um rede de mais de 600 concessionárias, além de mecânica confiável pois o motor da Ducato já é bem testado e tem peças no mercado paralelo.
Tem bons ângulos de entrada (29 graus) e de saída (27 graus) além de ESP e assistente de partida em rampa (hill start assist) (Foto Márcio)
Mas a Fiat vai levar um tempo para ganhar confiança dos clientes, talvez com o tempo, acredito que tem boas chances de conquistar compradores, e que para decolar nas vendas merece uma versão com mais potência e uma suspensão mais eficiente.
O que a Titano Ranch oferece:
– central multimídia de 10” que pode ser personalizada
– navegação embarcada TomTom
– conexão com Apple Carplay™ e Android Auto
– cluster com tela digital 4.2” com tela colorida,
– ar-condicionado digital dual zone
– keyless entry’n go (chave presencial com partida por botão).
– câmera 360° off-road
– seis airbags
– alerta de saída de faixa
– “Hill Descent Control” (HDC), assistente para descidas
– com detector de pressão dos pneus (TPMS).
– ESP (Electronic Stability Program
– assistente de partida em rampa (hill start assist)
– controle de tração
– Trailer Swing Control, que traz estabilidade para o reboque.
– ABS com EBD (Antilock Braking System com Electronic Brakeforce Distribution)
– modos de tração: 2H (2 High Speed), 4H (4 High Speed e 4 Low Speed)
Texto e fotos: Márcio Martins @marcioafmartins