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Estudo indica elevação no custo de produção da soja em Mato Grosso do Sul

Por Alceu Richetti (*) | 23/08/2016 14:54

Para subsidiar produtores e técnicos na tomada de decisão com relação à safra 2016/17, a Embrapa Agropecuária Oeste realizou estudo com o objetivo de determinar os custos das lavouras de soja cultivada em diferentes sistemas de produção. Nas estimativas de custos, estão incluídas as despesas com os insumos, com as operações agrícolas (serviços de máquinas) e outras mais relacionadas ao processo produtivo.

Nesta safra de 2016/2017, as estimativas dos custos de produção variam de acordo com a tecnologia utilizada e o tipo de semente. O estudo apontou que o custo total da soja convencional, por hectare, é de R$ 2.784,66, enquanto que o da soja transgênica RR1 é de R$ 2.720,59 e o da soja transgênica RR2 é de R$ 2.885,97. O custo de produção para a soja irrigada na região Sul de Mato Grosso do Sul, utilizando-se a soja transgênica RR1 é de R$ 3.391,12, por hectare.

Para estimar esses valores em sacas, foi tomado como base, para a safra 2016/2017, o preço de comercialização do grão no valor de R$ 64,80. Com isso, o custo total médio, por saca produzida, ficou em R$ 55,69 na soja convencional; R$ 54,41 na soja transgênica RR1; R$ 57,72 na soja transgênica RR2 e R$ 39,90 na soja irrigada. Estes valores servem de referência e indicam que para a safra de soja, em 2016/2017, o preço deve estar acima do custo total médio para que o produtor tenha saldo positivo com sua lavoura.

O item que mais está pressionando os custos é o fertilizante, impactando em 17,1% do custo total. Na soja transgênica RR2, além do fertilizante, a semente é outro item que onera o custo, atingindo 13,2% do custo total da lavoura.

O produtor de soja deve dar atenção ao processo produtivo como um todo, mas a semeadura sobressai às demais pelo grande impacto que tem no custo de produção. Ela engloba a semente, tratamento químico e a inoculação da semente, macro e micronutrientes e a operação agrícola. O seu impacto no custo de produção corresponde, em média, a 45,1% do custo total da lavoura. Para minimizar os problemas que podem ocorrer na semeadura, o produtor deve dar atenção à época de semeadura, ao poder germinativo e vigor da semente, à umidade do solo no momento da semeadura, dentre outros tantos motivos.

A lucratividade vai depender, logicamente, da produtividade a ser alcançada e do preço da soja na época da comercialização. No estudo foi considerado o valor médio de comercialização da soja em R$ 64,80 e as produtividades estimadas em 3.000 kg ha-1 (50 sc) para as lavouras de sequeiro e de 5.100 kg ha-1 (85 sc) para a lavoura irrigada. A quantidade de soja a ser produzida para igualar o custo total com a receita, é de 42,90 sc ha-1 na soja convencional; de 41,92 sc ha-1 na soja transgênica RR1; de 44,47 sc ha-1 na soja transgênica RR2 e de 52,26 sc ha-1 na soja transgênica RR1 irrigada.

Em relação à safra 2015/2016, houve aumento do custo na ordem de 12,5% na soja convencional, de 11,0% na soja RR1, de 11,3% na soja RR2 e de 9,1% na soja irrigada, que podem ser explicados pelas variações dos preços de mercado das máquinas agrícolas e dos insumos.

Vale lembrar que é necessário considerar que cada propriedade apresenta particularidades. Em alguns casos, os custos poderão ser maiores e em outros menores. O ponto de equilíbrio varia em função das alterações no custo de produção ou no preço do produto, ocasionando maior ou menor lucratividade.

Sob todos os aspectos, o levantamento dos custos de produção é de grande valia como diagnóstico da eficiência do processo produtivo, ferramenta gerencial e avaliação econômica da atividade. Assim, o controle dos custos não deve ser usado apenas como relato histórico das finanças da empresa, mas também aplicado nas tomadas de decisões.

Para mais detalhes, acesse o Comunicado Técnico completo sobre a Viabilidade econômica da cultura da soja na safra 2016/2017, em Mato Grosso do Sul.

(*) Alceu Richetti é analista da Embrapa Agropecuária Oeste

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