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Cidades

Acusados de desviar R$ 10 milhões em licitações vão voltar à prisão

Desembargador revogou a própria decisão anterior e determinou a prisão dos réus da Operação Malebolge

Por Lucia Morel e Gabi Cenciarelli | 20/03/2025 20:13
Acusados de desviar R$ 10 milhões em licitações vão voltar à prisão
Viatura do Batalhão de Choque em frente à empresa alvo de operação. (Foto: Murilo Medeiros)

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul revogou a liberdade provisória com tornozeleira e determinou a prisão dos réus da Operação Malebolge do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).

Em sessão de julgamento nesta tarde, foi determinado cumprimento de prisão preventiva contra Ana Carla Benette, Celso Souza, Denise Rodrigues Medis, Douglas Geleilaite Breschigliari, Fabrício da Silva, Fernando Passos Fernandes, Izolito Amador Campagna Júnior, Jânia Alfaro Socorro, Luciana Mendes Carneiro, Mauro Meyer da Silva e Renato Franco do Nascimento. Todos os réus já estavam em liberdade com monitoramento eletrônico, através de decisão do mesmo desembargador, Fernando Paes de Campos, em fevereiro.

Os termos da decisão ainda não são conhecidos e o advogado de um dos empresários investigados, Thiago Bunning, se restringiu a comentar que ainda não conhece como a determinação será aplicada. A ação, denominada Operação Malebolge, foi deflagrada em Campo Grande, Água Clara, Rochedo e Terenos, para desarticular um esquema criminoso que desviou mais de R$ 10 milhões por meio de licitações fraudulentas para a compra de uniformes e outros materiais.

O pedido de prisão baseou-se em “indícios de participação em organização criminosa e na aparente continuidade das condutas ilícitas”, além da “necessidade de interrupção das atividades investigadas pelo Gaeco, considerando que os contratos objeto das supostas fraudes permanecem vigentes”, conforme consta na petição.

A prisão preventiva havia sido revogada em fevereiro, e foram adotadas as seguintes medidas cautelares para os empresários: proibição de realizar novos contratos com o poder público; proibição de acesso ou contato com órgãos dos poderes Legislativo e Executivo de Água Clara e Rochedo; proibição de manter contato com os demais corréus; obrigação de comparecer a todos os atos do processo; obrigação de manter o juízo informado sobre eventual alteração de endereço; proibição de se ausentar da comarca sem autorização judicial; e cumprimento de outras condições eventualmente estabelecidas pelo juízo.

O processo está em sigilo, e apenas algumas peças podem ser consultadas no site do TJMS.

"Sacos do mal" – A Operação Malebolge foi deflagrada em Campo Grande, Água Clara, Rochedo e Terenos para desarticular um esquema criminoso que desviou mais de R$ 10 milhões por meio de licitações fraudulentas para a compra de uniformes e outros materiais.

A investigação constatou a existência de uma organização criminosa operando em Água Clara e Rochedo, com núcleos distintos, mas interligados por um mesmo modus operandi. De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), no centro da fraude está um empresário que articulava o esquema, cooptando servidores públicos e contando com o apoio de outros empresários.

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