ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
DEZEMBRO, SEXTA  05    CAMPO GRANDE 30º

Cidades

Após 56 mortes em confrontos, MP reforça controle sobre ação policial em MS

Ministério Publico quer ser comunicado imediatamente pela polícia, quando houver morte de civil

Por Dayene Paz e Aline dos Santos | 05/12/2025 08:09


RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul determinou que seja informado imediatamente sobre mortes de civis em confrontos com a polícia. A medida surge após o registro de 56 ocorrências em 2025, 77 em 2024 e 108 em 2023, segundo dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública. A recomendação, publicada pelo Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial, exige a realização de exame no local, perícia das armas envolvidas e exame necroscópico. O caso mais recente envolve Rafael da Silva Costa, morto durante abordagem policial em Campo Grande, onde imagens contestam a versão oficial de resistência.

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) quer ser comunicado imediatamente pela polícia quando houver morte de civil em confronto, caso chamado oficialmente de "morte por intervenção legal de agente do Estado". A orientação consta em recomendação do Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) publicada nesta sexta-feira (5).

A medida foi anunciada depois de testemunhas questionarem a ação policial em casos como de adolescente e jovem mortos na Capital.

Vídeo obtido pelo Campo Grande News exibiu a abordagem policial que antecedeu a morte de Rafael da Silva Costa, 35 anos, durante um surto na noite de de 21 de novembro, no Bairro Tarsila do Amaral, em Campo Grande. As imagens mostravam Rafael na calçada, sem camisa e de bermuda, sem esboçar qualquer reação até receber choque de taser.

No dia 25 do mês passado, outra morte foi questionada. A namorada de adolescente de 17 anos morto por policiais no Portal Caiobá, em Campo Grande, contestou a versão oficial, alegando que ele foi executado e não havia confronto. Segundo ela, o jovem não estava armado, e o único item encontrado na casa onde ocorreu a abordagem foi maconha, supostamente para consumo dele e de um amigo que foi preso.

Em 2025 foram registradas 56 ocorrências de mortes em confrontos; em 2024 são 77 casos e em 2023 chega a 108, segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

Apesar dos números em queda, o MP reforçou as recomendações em casos como esses, para que acompanhar a investigação já nas primeiras 24 horas do ocorrido.

“No caso de ocorrência de morte de civil, em razão de intervenção policial, que seja promovida a imediata comunicação ao plantão do Ministério Público relatando o caso, realizando-se exame de local de morte violenta, ainda que não haja preservação e mesmo que tenha havido socorro da vítima, apreensão e laudo pericial de todas as armas de fogo, que sejam as portadas pelos integrantes da guarnição ou pelas eventuais vítimas, assim como das munições apreendidas no local, sem embargo do exame necroscópico direto a ser realizado pelo Imol [Instituto de Medicina e Odontologia Legal]”, informa o documento.

A recomendação é destinada às autoridades policiais que atuem em crimes de homicídio, consumados ou tentados; ao secretário de Justiça e Segurança Pública; ao delegado-geral da Polícia Civil; aos membros do MPMS; e ao procurador-geral de Justiça do Estado.

Em abril do ano passado, o Gacep já tinha listado outras orientações aos policiais, cujo teor foi repetido no documento divulgado hoje. As recomendações são de apreensão imediata das câmeras de segurança nos locais dos crimes; comparecimento da autoridade policial e perícia técnica ao local de tentativa de homicídio, mesmo que a vítima já tenha sido socorrida.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.