Campo Grande sedia pela primeira vez evento exclusivo da aviação executiva

Pela primeira vez, Mato Grosso do Sul recebeu um evento dedicado exclusivamente ao setor aéreo. O “HAAERO Aviation Business Day” reuniu, em Campo Grande, aeronaves de última geração e representantes de cinco fabricantes internacionais, em uma vitrine voltada à inovação, tecnologia e negócios no segmento da aviação executiva.

Idealizado pelo empresário Rodrigo Dias Barbosa, o encontro, realizado na sexta-feira (7) e sábado (8), foi inspirado em outros eventos do setor e teve acesso restrito a convidados. O HAAERO Business Day reuniu empresários do agronegócio, investidores, fabricantes de aeronaves e autoridades da aviação civil em um ambiente de integração e networking entre profissionais do segmento.

Durante o evento, os participantes puderam conhecer oito modelos de aeronaves modernas, com valores que variavam de US$ 1,6 milhão, como o austríaco Diamond DA50 RG, até US$ 8,6 milhões, caso do King Air 360.

Inovação - O Diamond DA50 RG é um monomotor de cinco lugares que combina desempenho e economia. Capaz de atingir velocidade máxima de 335 km/h, o modelo se destaca também pelo custo operacional reduzido. A aeronave opera exclusivamente com querosene, em vez da tradicional gasolina de aviação. A troca garante menor custo, menor consumo de combustível e menores emissões de gás carbônico, além de ampliar a autonomia do voo.

Já o King Air 360 tem capacidade para nove pessoas e oferece flexibilidade, pois tem condições de pousar em 80% das 3,6 mil pistas homologadas no Brasil. “Vai da fazenda em Mato Grosso do Sul para o Aeroporto de Guarulhos com tranquilidade”, afirmou Alfredo Castanheiro, do staff da TAM Aviação Executiva, representante no país das fabricantes Beechcraft e Cessna. O King Air 360, segundo ele, é muito apropriado ao agronegócio, é seguro e tem sido campeão de vendas.

Acompanhado da família, o médico Luiz Alexandre Lanni foi um dos convidados do evento. Apaixonado por aviação, ele visitou várias aeronaves. Piloto há 35 anos, afirmou que participou para conhecer as novidades em tecnologia. Esteve acompanhado do filho Luiz Gabriel, que também é piloto, e da filha Laís.

Mercado - Segundo o diretor-executivo da Daher no Brasil, Paulo Olenscki, Mato Grosso do Sul tem um mercado expansivo para a aviação executiva, com grande demanda. Por isso, a empresa trouxe para o evento, na Capital, dois modelos que se adequam às características locais: o TBM 960 e o Kodiak 100. Ambos são aviões adequados para pousos em pistas não preparadas, como gramados, áreas de terra ou sem asfalto, podendo ser utilizados tanto em aeroportos estruturados quanto em fazendas.

O TBM 960 é considerado a “Ferrari dos aviões”. A aeronave pode atingir velocidade de até 600 quilômetros por hora e tem autonomia de 2,7 mil quilômetros, conseguindo realizar voos de longa distância, conforme Olenscki. “Ela é perfeita para voo executivo, pois proporciona uma viagem mais rápida e pousa em qualquer lugar”, afirmou o diretor, ao acrescentar que o desempenho é semelhante ao de um jato.

Com outras características, a Kodiak 100 é considerada “pau para toda obra”. Ela é uma aeronave robusta e versátil, com capacidade para transportar até dez pessoas, além de ter trem de pouso fixo, alto e reforçado. O avião turboélice monomotor, de asa alta, foi criado para enfrentar os terrenos mais desafiadores. O modelo pode ser adaptado para diferentes finalidades, inclusive na versão hidroavião.

A aeronave chamou a atenção do pecuarista e zootecnista Eduardo Andrade, que foi ao evento acompanhado dos filhos Antônio, de 10 anos, e Francisco, de 9. Piloto há 20 anos, ele afirmou que o avião tem sido sua melhor opção de transporte, pois precisa se deslocar constantemente entre suas fazendas em Mato Grosso do Sul. Além de ser mais rápido, segundo ele, evita as estradas, que nem sempre estão em boas condições. Na avaliação de Andrade, o avião ideal precisa ter performance, robustez e capacidade de carga, como o Kodiak.

Emergência - Outros diferenciais também puderam ser conferidos pelos visitantes, como o M500. Rogério de Favia, da JP Martins Aviação, explica que o modelo é um turboélice automatizado, com seleção automática de combustível e ajuste automático de hélice. Já o M700 incorpora o sistema “Emergency Autoland”, uma função que, quando acionada, é capaz de pousar a aeronave automaticamente em caso de emergência, localizando uma pista segura e realizando o pouso.

O Cirrus SR22 também atraiu a curiosidade dos visitantes. O modelo é considerado top de linha entre as aeronaves pequenas. Segundo Artur Lazarini, da Timbro Importação, a aeronave tem capacidade para cinco pessoas e opera em pistas não preparadas, como as pantaneiras. Um diferencial é o sistema de paraquedas para toda a aeronave, instalado na região da cauda, que pode ser acionado em caso de emergência.

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