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Cidades

Dívida de filantrópicos é tema para a sociedade, diz secretário

Corrêa já debateu a situação de hospitais filantrópicos com Riedel; um problema de todos, analisa

Maristela Brunetto e Caroline Maldonado | 08/05/2023 19:50
Governador e secretário anunciaram série de medidas para ampliar serviços de saúde. (Foto: Juliano Almeida)
Governador e secretário anunciaram série de medidas para ampliar serviços de saúde. (Foto: Juliano Almeida)

A situação da Santa Casa de Campo Grande, que enfrenta elevado endividamento e pagamento de milhões todo ano em juros bancários, é um problema que não cabe somente ao poder público debater, mas à sociedade organizada. A visão é do secretário estadual de Saúde, Maurício Simões Corrêa, ao ser questionado esta tarde se não caberia à Administração Estadual interferir na situação da entidade.

Em balanço contábil e financeiro publicado na semana passada, o hospital revelou a realização de seis empréstimos em pouco mais de dois anos, somando R$ 228 milhões; entretanto, devido à extensão dos contratos, alguns com 120 parcelas, cerca de R$ 51 milhões ficaram com a instituição, sendo o restante juros das transações. O secretário explicou que já conversou com o governador Eduardo Riedel sobre a situação não apenas da Santa Casa, mas de outras instituições filantrópicas.

Segundo analisou, por serem entidades não vinculadas ao serviço público, a sociedade como um todo deveria debater a situação delas, não havendo poder da Administração em interferir na gestão. Corrêa explica que o poder público é apenas um repassador de valores por atendimentos realizados em pacientes da saúde pública.

Recentemente, a presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, pediu a intermediação do TCE (Tribunal de Contas do Estado) para que governo e prefeitura acelerassem os pagamentos por serviços prestados ao SUS (Sistema Único de Saúde) para não atrasar a quitação de despesas com folha de pagamento e fornecedores no início de cada mês.

O grau de endividamento põe essas instituições numa ciranda financeira. Conforme o secretário, o pagamento de dívidas acaba por “abocanhar” recursos que deveriam ser aplicados diretamente na assistência, quando estão sendo destinados a cobrir juros.

As declarações do secretário foram feitas esta tarde, no Hospital São Julião, em Campo Grande, após o anúncio de uma série de medidas da pasta, incluindo mutirão de cirurgias eletivas e mais recursos pra atenção básica.

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