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Cidades

"É um alívio", comemora mãe sobre lei que garante tratamento de fenda palatina

Campo Grande já oferece cirurgias; medida amplia acesso e apoio a famílias em todo o Brasil

Por Geniffer Valeriano | 12/05/2025 07:37
"É um alívio", comemora mãe sobre lei que garante tratamento de fenda palatina
Adelynn Barua antes e depois de passar pela cirurgia para a correção fissura labiopalatina (Foto: Arquivo Pessoal)

Pacientes com fissura labiopalatina, conhecida popularmente como fenda palatina, passam a ter acesso garantido ao tratamento completo pelo SUS (Sistema Único de Saúde). "É uma benção!", comemora Clara Luz Mendoza, mãe de uma menina de 2 anos nasceu com a má-formação.

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Pacientes com fissura labiopalatina, conhecida como fenda palatina, agora têm acesso garantido ao tratamento completo pelo SUS, após a sanção de uma nova lei pelo presidente Lula. A medida, celebrada por famílias como a de Clara Luz Mendoza, mãe de uma criança de 2 anos com a condição, torna o tratamento obrigatório em toda a rede pública. A cirurgia, essencial para melhorar a qualidade de vida, já é oferecida em hospitais como o Humap-UFMS e a Maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande. A fissura labiopalatina, uma malformação congênita que afeta 1 em cada 650 nascimentos, pode ter causas genéticas ou ambientais. O tratamento, que inclui cirurgias e acompanhamento multidisciplinar, deve começar aos três meses de vida. A nova lei amplia a visibilidade do serviço e garante que todas as etapas do tratamento sejam cobertas pelo SUS, beneficiando milhares de famílias em todo o país.

A medida foi oficializada nesta quarta-feira (7) com a sanção de uma nova lei pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em Campo Grande, a correção cirúrgica da condição já é oferecida pelo Humap-UFMS (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) e pela Maternidade Cândido Mariano.

Com a nova legislação, a oferta do tratamento torna-se obrigatória em toda a rede pública nacional. “A lei também amplia a divulgação do nosso trabalho. Apesar de já realizarmos o procedimento pelo SUS, agora teremos maior visibilidade e oportunidade de orientar mais famílias”, destaca o cirurgião crânio-facial e otorrinolaringologista Bruno Ayub, do Humap.

A notícia foi recebida com alegria por Clara, que é mãe da pequena Adelynn Barua, de 2 anos. A criança nasceu com fissura labiopalatina, além de outras malformações nas mãos e na coluna. O início do tratamento ocorreu em 14 de março deste ano.

Para garantir o atendimento da filha, a família se mudou do Paraguai para Ponta Porã. No país vizinho, os procedimentos necessários são realizados apenas na capital, Assunção. “Ela esperou muito tempo pela cirurgia. Na primeira vez perdemos a vaga porque não recebemos a ligação do hospital, mas dessa vez ela fez o procedimento”, conta Clara.

Mesmo tendo feito pré-natal e exames de imagem durante a gestação, a condição de Adelynn só foi descoberta no momento do parto. Apesar do susto, Clara relata que a fissura não dificultou a alimentação da filha. A cirurgia, no entanto, era essencial para garantir mais qualidade de vida.

O primeiro dia foi difícil, mas no dia seguinte ela já estava brincando. Eu achei que seria mais complicado, que a recuperação seria demorada. Agora ela já está bem e perfeitinha”, comemora.

Clara também celebra a nova legislação, que beneficiará outras crianças na mesma situação. “É uma bênção. Por isso mesmo procurei o tratamento aqui. Estou muito feliz. Esperei tanto tempo por essa cirurgia, que foi um alívio, muito gratificante”, afirma.

"É um alívio", comemora mãe sobre lei que garante tratamento de fenda palatina
Antes e depois de bebê passar por cirurgia para corrigir a má-formação (Foto: Divulgação)

Entenda a condição - A fissura labiopalatina é uma malformação congênita registrada em cerca de 1 a cada 650 nascimentos. Segundo o especialista, embora rara, a condição é observada com frequência devido ao alto número de nascimentos. Em sua maioria, tem origem genética, mas fatores ambientais também podem contribuir.

“Casamentos consanguíneos, uso de algumas medicações, tabagismo e drogas ilícitas durante a gestação podem ser causas. Mas, em geral, é uma condição genética, mesmo sem histórico familiar”, explica Bruno Ayub.

O diagnóstico pode ser feito ainda no pré-natal, o que é considerado ideal. “Quando a descoberta ocorre antes do nascimento, conseguimos orientar a mãe sobre amamentação, desenvolvimento e etapas do tratamento, o que reduz o impacto emocional após o parto”, detalha.

Muitas vezes, no entanto, a fissura só é identificada após o nascimento. O tratamento se inicia cedo, com a primeira cirurgia prevista aos 3 meses de vida. Ao longo da infância e adolescência, o paciente pode passar por até 11 procedimentos, conforme a necessidade.

“As cirurgias do lábio e palato são feitas na Maternidade Cândido Mariano. Já os procedimentos de enxerto ósseo velar, reconstrução dentária e cirurgias ortognáticas são realizados no Humap”, explica Ayub.

Além das cirurgias, o tratamento exige acompanhamento multidisciplinar, com apoio de fonoaudiólogos, psicólogos, ortodontistas, entre outros profissionais. Com a nova lei, todas essas etapas passam a ser cobertas pelo SUS.

“A fissura pode comprometer fala, respiração, alimentação, audição e deglutição. Quando iniciamos o tratamento no tempo certo, aos três meses de idade, conseguimos minimizar esses impactos de forma significativa”, finaliza o especialista.

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