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Cidades

Empresário alvo do Gaeco já foi preso pela PF por exploração de jogos de azar

Empresário José Eduardo Abdulahad e outras nove pessoas foram alvos da Operação Successione, nesta terça-feira

Por Dayene Paz e Bruna Marques | 06/12/2023 10:45
Empresário José Eduardo Abdulahad, alvo da Operação Successione (Foto: Arquivo pessoal)
Empresário José Eduardo Abdulahad, alvo da Operação Successione (Foto: Arquivo pessoal)

O empresário José Eduardo Abdulahad, de 66 anos, ou "Zeizo", é um dos alvos da Operação Successione, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), nesta terça-feira (5). Ele já foi preso pela Polícia Federal durante a operação "Xeque-Mate", de 2007, que apreendeu 10 máquinas caça-níqueis utilizadas na exploração de jogo de azar, em Campo Grande, mas foi inocentado em processo que transitou em julgado.

Ontem, Abdulahad e outras nove pessoas foram alvos da Successione, uma ofensiva contra o jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. Entre os presos estão policiais militares da reserva e assessores parlamentares do deputado estadual Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk (PL). O deputado, inclusive, teve a casa alvo de mandado de busca e apreensão. Dois celulares, um tablet e uma pistola foram apreendidos com o parlamentar.

"Zeizo" já tem ficha criminal pela exploração de jogos de azar e chegou a ser preso em operação que também levou para a prisão do ex-major da Polícia Militar, Sérgio Roberto de Carvalho. O ex-oficial tem ligação com o tráfico internacional de drogas e envolvimento com a exploração de jogos de azar, como a locação de caça-níqueis e funcionamento de cassinos.

Policiais chegando na sede do Garras após cumprimento de mandados. (Foto: Marcos Maluf)  
Policiais chegando na sede do Garras após cumprimento de mandados. (Foto: Marcos Maluf)

Abdulahad chegou a ser denunciado em 2012 por lavagem de dinheiro. A estrutura da organização criminosa na qual fazia parte mostra Abdulahad como um dos "cabeças" do grupo, que utilizava empresas de fachada comandadas por "laranjas", para lavar o dinheiro vindo dos jogos.

Também, de acordo com denúncia do Ministério Público, no dia 8 de maio de 2007, na galeria Dona Neta, no Centro da Capital, agentes da Polícia Federal apreenderam 10 máquinas caça-níqueis que eram utilizadas na exploração do jogo de azar, local que seria de propriedade de Abdulahad.

Ontem, o Gaeco não localizou Abdulahad para cumprimento do mandado de prisão. Segundo o advogado e filho dele, Rhiad Abdulahad, o pai estava em viagem e deve se apresentar às autoridades. Uma data não foi informada.

Presos - Entre os dez mandados de prisão, sete foram cumpridos em Campo Grande e Ponta Porã, sendo eles: do major da PM aposentado e assessor parlamentar de Neno Razuk, Gilberto Luiz dos Santos; do filho do major, Júlio César Ferreira dos Santos; do assessor parlamentar de Neno, Diego de Souza Nunes; do sargento aposentado e também assessor parlamentar, Manoel José Ribeiro; Valmir Queiroz Martinelli; Matheus Aquino Junior e Taygor Ivan Moretto Pelissari, este último preso em Ponta Porã.

Todos passam por audiência de custódia na manhã desta quarta-feira (6). Os outros dois alvos, sem nomes confirmados, não foram localizados.

Investigação - As apurações que levaram à Operação Successione começaram após a polícia apreender 700 máquinas de apostas em um imóvel no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande, em outubro deste ano. Entre a "turma do baralho" estavam os dois policiais presos ontem.

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