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Cidades

Energia renovável e tecnologia são grandes diferenciais na Rota Bioceânica

Especialistas discutem inovação, conectividade e sustentabilidade no segundo dia do seminário em Campo Grande

Por Jhefferson Gamarra e Izabela Cavalcanti | 19/02/2025 14:25
Energia renovável e tecnologia são grandes diferenciais na Rota Bioceânica
Traçado do corredor bioceânico que vai ligar o Brasil ao Pacífico (Foto: Henrique Kawaminami)

O segundo dia do Seminário Internacional da Rota Bioceânica, realizado nesta quarta-feira (19) em Campo Grande, trouxe para o centro do debate a importância da tecnologia e das energias renováveis para a consolidação do corredor que ligará Brasil, Paraguai, Argentina e Chile ao Pacífico. Especialistas apontaram que a infraestrutura digital e a transição energética sustentável serão fatores estratégicos para ampliar a competitividade da rota, reduzindo custos, agilizando o transporte de cargas e garantindo um impacto ambiental reduzido.

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O Seminário Internacional da Rota Bioceânica, em Campo Grande, destacou a importância da tecnologia e energias renováveis para o corredor que ligará Brasil, Paraguai, Argentina e Chile ao Pacífico. Especialistas apontaram que infraestrutura digital e transição energética sustentável são cruciais para a competitividade da rota, reduzindo custos e impactos ambientais. O evento discutiu o uso de hidrogênio verde e a necessidade de inovação para resolver gargalos logísticos. O Chile apresentou sua experiência com energia limpa, destacando o potencial do hidrogênio verde. O seminário continua discutindo integração e oportunidades de negócios.

O secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo de Mato Grosso do Sul, Ricardo Senna, destacou que a inovação será um dos pilares para a viabilidade e expansão do corredor. “Nós realizamos esse evento para discutir todos os passos necessários para consolidar esse corredor como um eixo importante de transporte de cargas e fluxo de pessoas. A prioridade é fortalecer a economia, encurtando caminhos para os mercados asiáticos, mas também precisamos agregar conhecimento, tecnologia e inovação para resolver gargalos”, explicou.

Energia renovável e tecnologia são grandes diferenciais na Rota Bioceânica
Secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo de Mato Grosso do Sul, Ricardo Senna, durante discurso (Foto: Henrique Kawaminami)

Senna ressaltou que as universidades já produzem estudos sobre a Rota Bioceânica e podem contribuir ainda mais com pesquisas aplicadas, projetos de extensão e o desenvolvimento de startups voltadas para soluções na área de logística, transporte e conectividade. “Um dos grandes desafios é a infraestrutura de informação ao longo dos mais de 3.300 km da rota. Precisamos garantir conectividade, criar uma infovia digital que permita monitoramento de cargas, facilite a comunicação de turistas e promova a integração entre os setores público e privado”, disse.

A sustentabilidade também entrou na pauta, com discussões sobre o potencial do hidrogênio verde como alternativa para reduzir as emissões no setor de transporte. Mato Grosso do Sul tem a meta de se tornar carbono neutro até 2030, e o transporte de cargas é um dos grandes emissores de gases de efeito estufa. “O hidrogênio verde pode ser uma boa opção. De qualquer forma, temos que caminhar para fontes de energia renováveis, e a Rota Bioceânica pode ser um ambiente propício para essa transição”, reforçou Senna.

Energia renovável e tecnologia são grandes diferenciais na Rota Bioceânica
Gerente de sustentabilidade da Empresa Ferrocarril de Antofagasta, Jaime Henriquez (Foto: Henrique Kawaminami)

A experiência do Chile no setor foi apresentada pelo gerente de sustentabilidade da Empresa Ferrocarril de Antofagasta, Jaime Henriquez. Ele explicou que a empresa já vem estudando alternativas de energia limpa e identificou que o hidrogênio verde é a solução mais adequada para o setor ferroviário de cargas. “A primeira coisa que fizemos foi analisar todas as tecnologias renováveis que poderiam ser compatíveis com a ferrovia em uma região como Antofagasta. O hidrogênio verde se mostrou a melhor opção, inclusive por questões de segurança”, afirmou.

O executivo chileno também destacou que Antofagasta se posiciona como um dos grandes produtores de hidrogênio verde na América do Sul, o que abre oportunidades para a integração da ferrovia com a Rota Bioceânica. “Temos 740 km de trilhos e áreas estratégicas que podem ser utilizadas como portos secos para armazenagem e logística. Podemos ser um facilitador para o desenvolvimento do corredor bioceânico, conectando os modais rodoviário e ferroviário”, pontuou.

Com a tecnologia e a sustentabilidade no centro das discussões, o seminário reforçou que a Rota Bioceânica vai além da infraestrutura física, exigindo investimentos em inovação para garantir eficiência e competitividade no cenário internacional.

O Seminário Internacional da Rota Bioceânica segue até quinta-feira (20), reunindo autoridades, especialistas e empresários para debater o avanço da integração entre Brasil, Argentina, Paraguai e Chile. Entre os temas discutidos estão desafios aduaneiros, infraestrutura, segurança, oportunidades de negócios e impactos socioeconômicos da nova rota comercial.

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