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Cidades

Ministro cobra "compromisso" dos 4 países com infraestrutura da Bioceânica

Ministro João Carlos Castro também aponta necessidade de reduzir pegada de carbono no transporte de cargas

Por Mylena Fraiha e Izabela Cavalcanti | 19/02/2025 13:13
Ministro cobra "compromisso" dos 4 países com infraestrutura da Bioceânica
Ministro da carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, durante fala em painel sobre infraestrutura em evento sobre a Rota Bioceânica (Foto: Henrique Kawaminami).

Na manhã desta quarta-feira (19), durante o 6º Foro de los Gobiernos Subnacionales, realizado no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande, o ministro da carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, destacou a importância do compromisso dos quatro países envolvidos na Rota Bioceânica com a infraestrutura necessária para seu pleno funcionamento.

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O ministro João Carlos Parkinson de Castro, do Ministério das Relações Exteriores, enfatizou a necessidade de compromisso dos quatro países envolvidos na Rota Bioceânica com a infraestrutura necessária para seu funcionamento, durante o 6º Foro de los Gobiernos Subnacionales em Campo Grande. Ele destacou a importância do transporte, escoamento da produção e redução de carbono, além de avanços como o financiamento da ponte de Pozo Hondo e pavimentação na Argentina. O governador de MS, Eduardo Riedel, foi elogiado por sua articulação. O ministro também ressaltou a descarbonização do transporte e a integração ferroviária como essenciais para o sucesso da rota.

No painel de Infraestrutura, o ministro ressaltou a relevância do transporte, do escoamento da produção e da redução da emissão de carbono. Ele enfatizou que é essencial manter uma sinergia no cronograma de obras para evitar falhas na integração. “Todos os funcionários do governo dos quatro países devem estar comprometidos e preocupados em assegurar que, no final de 2026, o corredor esteja plenamente operacional, de ponta a ponta, sem obstáculos ou barreiras”, afirmou.

Segundo João Carlos, o evento também trouxe avanços importantes para a Rota Bioceânica. Ele destacou que, na terça-feira (19), a representante do FOM Platas anunciou a disposição de financiar a segunda ponte de Pozo Hondo (Paraguai) e a pavimentação de 27 quilômetros em Missão La Paz (Argentina). Além disso, reuniões com o ex-ministro dos Transportes do Paraguai abordaram o andamento das obras no Chaco, fortalecendo a interligação entre os países.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), foi citado como peça fundamental na articulação da infraestrutura do corredor. “Ele é um batalhador em prol do corredor e tem sido essencial no avanço das concessões, principalmente das rodovias de celulose”, elogiou o ministro.

O ministro também mencionou os esforços para a concessão da hidrovia Paraguai-Paraná e as melhorias em vias estratégicas para garantir que a carga chegue em boas condições ao Porto Murtinho. Além disso, reconheceu o empenho do governo paraguaio no desenvolvimento das obras e na colaboração com os demais países envolvidos.

"Há um amplo trabalho de melhoria no acesso e na ampliação de vias importantes do Estado para garantir que a movimentação e a carga cheguem em boas condições a Porto Murtinho. Além disso, é fundamental reconhecer o grande esforço do governo do Paraguai, que não pode ser esquecido", afirmou João Carlos.

Transporte e descarbonização - Outro ponto de destaque no discurso do ministro foi a necessidade de reduzir a pegada de carbono no sistema de transporte de cargas. Ele defendeu que os quatro governos devem trabalhar juntos para descarbonizar a rota e considerar alternativas como a utilização da hidrovia e a integração ferroviária.

"Nós temos uma malha oeste, e a Bolívia também conta com um sistema ferroviário operacional. Questionei o representante de Salta sobre a integração ferroviária da Bolívia com o norte da Argentina. A Belgrano Cargas Norte está sendo privatizada, o que hoje também favorece a integração ferroviária dos quatro países. Já temos a Ferronor operando a partir de Guemes com destino a Antofagasta. Portanto, os investimentos necessários seriam muito baixos, enquanto o impacto e as vantagens de um transporte ferroviário plenamente operacional seriam enormes”, aponta João Carlos.

Ministro cobra "compromisso" dos 4 países com infraestrutura da Bioceânica
Mapa de infraestrutura ferroviária dos quatro países da Rota Bioceânica é apresentado no painel de infraestrutura (Foto: Henrique Kawaminami).

O ministro também alertou que o principal desafio da infraestrutura é corresponder às expectativas geradas pela Rota Bioceânica e melhorar o sistema de transporte nacional. Segundo ele, o volume de carga esperado é alto e, sem ferrovias, o transporte dependeria de caminhões, cuja disponibilidade pode não ser suficiente.

"Estamos construindo e aprimorando o transporte ferroviário em Mato Grosso do Sul, enquanto o Paraguai estuda a implantação de um sistema ferroviário no país. Como mencionei, o volume de carga será muito grande. Sem ferrovias, dependeremos de caminhões. Teremos veículos suficientes para transportar toda essa carga? E, no caso de cargas perecíveis, elas chegarão aos portos chilenos em condições adequadas para o embarque?", destaca o Ministério das Relações Exteriores.

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