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Interior

Chefe do tráfico na “capital do turismo” é condenado a 27 anos de prisão

Essa é a 3ª condenação de Eliandro Fernandes do Amaral, o “Cateto”; outros três também foram sentenciados

Por Helio de Freitas, de Dourados | 20/02/2025 11:52
Chefe do tráfico na “capital do turismo” é condenado a 27 anos de prisão
Eliandro Amaral, o “Cateto” sentado no portão de acesso ao seu balneário em Bonito (Foto: Redes Sociais)

A Justiça de Mato Grosso do Sul condenou a 27 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado o chefe do tráfico de drogas em Bonito, considerada a capital estadual do turismo. Eliandro Fernandes do Amaral, o “Cateto”, tem longo histórico de envolvimento com o crime organizado na fronteira com o Paraguai e mantinha ligação com o narcotraficante carioca Luiz Fernando da Costa, o “Fernandinho Beira-Mar”.

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A Justiça de Mato Grosso do Sul condenou Eliandro Fernandes do Amaral, conhecido como "Cateto", a 27 anos de prisão por tráfico de drogas em Bonito, cidade turística do estado. "Cateto" era ligado ao narcotraficante Fernandinho Beira-Mar e comandava o tráfico na região, utilizando propriedades como fachada. A operação que levou à sua condenação, Paraíso Marcado, foi deflagrada pelo Gaeco em 2022. Outros membros da quadrilha também foram condenados, e "Cateto" está preso na Penitenciária Gameleira 2, em Campo Grande.

A sentença, incluindo organização criminosa, tráfico de maconha e cocaína (por fatos ocorridos em 2017 e 2022) e concurso material de delitos, foi assinada no dia 17 deste mês pelo juiz da 1ª Vara de Bonito, Alysson Kneipe Duque.

Os crimes foram investigados no âmbito da Operação Paraíso Marcado, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em dezembro de 2022.

Outros três integrantes da quadrilha foram condenados na mesma sentença: Sérgio Cesário de Souza a 24 anos e 6 meses; Arlinei Melo Barbosa a 14 anos, 1 mês e 29 dias; e Ronaldo Palhano Diogo a 5 anos de reclusão (apenas por organização criminosa).

Eliandro, Sérgio de Souza e Arlinei Melo Barbosa estão presos. Ronaldo Palhano segue foragido. Segundo a investigação policial, os três trabalhavam para “Cateto” no comércio e transporte de droga. Outros dez alvos da operação do Gaeco, entre eles o ex-vereador Erregiano da Rosa, tiveram o processo desmembrado da ação principal.

Condenado em outros dois processos por tráfico de drogas, “Cateto” é irmão do traficante José Elias Fernandes do Amaral, o “Bagual”, executado com 20 tiros durante a Festa do Laço de Amambai, em 12 de dezembro de 2008.

Trabalhador rural – Na sentença, o juiz Alysson Kneipe Duque cita que, em regime semiaberto, Eliandro Fernandes do Amaral pediu autorização da Justiça para se instalar em Bonito. Ele apresentou documento para comprovar que havia arrumado emprego como trabalhador rural em uma propriedade naquele município.

Entretanto, segundo o Gaeco, o documento era falso, pois ele nunca trabalhou naquela propriedade ou em qualquer outra. “Cateto” havia se instalado em Bonito para comandar o tráfico de drogas. Naquele município, adquiriu fazenda, chácara, veículos e joias, “modo absolutamente incompatível com a condição de um trabalhador rural”.

Entre as propriedades estava o “Balneário e Camping Ponta Bonito”, localizado na Estrada Barra do Quati. A placa de madeira com o nome do balneário instalada no portão de acesso ao local tinha as iniciais EFA (Eliandro Fernandes do Amaral). Ele tinha o costume de colocar suas iniciais em suas propriedades e outros bens. Essa prática deu origem ao nome da operação do Gaeco (Paraíso Marcado).

“Aduz o MPE que Eliandro escolheu a comarca de Bonito estrategicamente, por conta de suas características naturais e áreas de difícil acesso, para continuar no exercício de sua atividade criminosa, sobretudo tráfico de drogas, contando com o auxílio integrado de antigos e novos parceiros para consecução de seus objetivos na região”, diz trecho da sentença.

Na cidade de Bonito, conforme a sentença, Eliandro recebia o auxílio de pelo menos quatro policiais militares, sendo o principal deles amigo de infância que contribuía efetivamente para a empreitada criminosa que exercia. “Cateto” está recolhido na Penitenciária Gameleira 2, em Campo Grande.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, os quatro policiais envolvidos foram condenados em 2024 por darem apoio à organização criminosa.

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