Com comércio físico cada vez mais bairrista, e-commerce é alternativa inevitável
Empreendedores correm para se atualizar e atender novo perfil de consumidores
A relação entre o comércio e a tecnologia virou uma simbiose. Quem ainda não entendeu que esse fenômeno modificou completamente o perfil do consumidor está ficando para trás. Com esse cenário, eventos voltados ao mercado de trabalho, como a "Semana S do Comércio", promovida no Senac Hub Academy, em Campo Grande, reúnem diferentes gerações e setores para atualização e capacitação em novas tecnologias.
RESUMO
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A relação entre comércio e tecnologia se intensifica, tornando o e-commerce uma alternativa essencial. Eventos como a "Semana S do Comércio", promovida pelo Senac Hub Academy, visam capacitar empresários em Mato Grosso do Sul para as mudanças trazidas pela digitalização. O diretor do Sesc, Vitor Mello, destaca a necessidade de adaptação dos comerciantes às novas demandas dos consumidores, que buscam conveniência e presença digital. Empreendedores, como Joseane Maidana e Vanessa Nicolosi, enfrentam desafios ao migrar para o digital, mas reconhecem a importância dessa transição. A palestrante Karlla Borges ressalta que, apesar da resistência de algumas gerações, a pandemia acelerou a adoção do e-commerce, promovendo um atendimento híbrido que integra experiências online e offline.
Segundo o diretor regional do Sesc, Vitor Mello, Mato Grosso do Sul vive uma fase de transição. “Todos os setores estão se preparando para as mudanças que as tecnologias estão trazendo. Sabemos que, muitas vezes, o empresário tem dificuldades — seja de acesso, entendimento ou até de saber por onde começar. E é justamente aí que entram esses projetos: para ajudar a dar o primeiro passo, com apoio técnico e institucional”, explica.
Essa transformação também é impulsionada pela mudança no comportamento do consumidor. O cliente quer conveniência e praticidade, preferindo pontos de venda mais próximos e com presença digital. “Hoje, o comércio nos centros, bairros, ruas ou shoppings passa por profundas mudanças. Com a pandemia, muitos serviços migraram para o digital, via aplicativos, plataformas de e-commerce e redes sociais. O consumidor quer encontrar produtos onde está, especialmente em regiões periféricas”, completa Vitor.
Esse movimento é percebido por quem está na ponta, como a boleira Joseane Maidana, de 39 anos, moradora de Jardim, município a 236 km da Capital. Com a Rota Bioceânica se aproximando, ela precisou se adaptar para manter o negócio em alta.
“Nessa parte tecnológica, a gente pira, porque nem sabe por onde começar, mas eu tento. Uso as redes sociais. E agora, com a Rota, mais ainda. Está tudo se espalhando. O centro é caro, então fica mais fácil ir para os arredores, ficar mais perto do público. Acho que o comércio está mais assim agora”, comenta.
Na zona rural de Campo Grande, Vanessa Nicolosi, de 48 anos, também sentiu os desafios de empreender no digital. Ela vende um produto à base de café e precisou se especializar.
“Foi difícil, porque não sou fã dessa área, nem de vender nem de comprar online. Gosto de ver, tocar, experimentar, principalmente roupas e calçados. Mesmo que ache bonito, não consigo comprar sem provar. Apesar das dificuldades, entendo que hoje o digital é o caminho mais acessível. Mesmo com resistência, sei que preciso me adaptar”, afirma.
Com 25 anos de atuação no mercado de marketing e vendas, a palestrante Karlla Borges reforça que o Brasil ainda tem muito a avançar no e-commerce. No entanto, a pandemia acelerou esse processo.
“O maior desafio está na mudança de comportamento do consumidor. Enquanto algumas gerações já estão acostumadas com compras online, outras resistem, nem usam aplicativos. A tendência agora é o atendimento híbrido: o consumidor pesquisa online, vai até a loja, experimenta e finaliza a compra pelo aplicativo, ou o contrário. Essa fusão entre o físico e o digital cria uma experiência contínua, em que não se distingue onde começa o online e termina o offline”, resume.
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