Há 2 meses, tatu-canastra se "esconde" em área florestal de fábrica de celulose
Em março, foi realizada a primeira captura de uma fêmea adulta, com aproximadamente 37 quilos e 1,52 metro

A Suzano e o ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres) se uniram para monitorar o comportamento do tatu-canastra, encontrado pela primeira vez na área florestal da companhia em março deste ano. A Suzano não divulgou a localização exata dos avistamentos para proteger as espécies.
RESUMO
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Suzano e ICAS monitoram tatu-canastra em área florestal no MS. Parceria visa compreender hábitos do animal e aprimorar processos de conservação. Primeira captura ocorreu em março, com coleta de dados biológicos e instalação de GPS para rastrear deslocamentos. Projeto busca conhecimento sobre a espécie em áreas de Cerrado e eucalipto, visando otimizar corredores ecológicos e promover a conectividade entre fragmentos de habitat. Iniciativa reforça o compromisso da Suzano com a conservação, destinando parte significativa de sua área florestal no MS para a proteção da biodiversidade, onde já foram catalogadas mais de 1,5 mil espécies.
O projeto “Canastras e Eucaliptos” teve início em abril do ano passado com a formalização da parceria. Em julho, começaram os trabalhos de campo, que incluíram o reconhecimento da área, a busca por vestígios do tatu-canastra e a instalação de armadilhas fotográficas.
Em março, ocorreu a primeira captura de uma fêmea adulta, com aproximadamente 37 quilos e 1,52 metro, para a realização de exames clínicos, que incluíram hemograma, análises bioquímicas hepáticas e renais, coleta de fluidos nasais e orais, além da coleta de amostras de fezes para avaliação da saúde do animal.
“A captura do primeiro tatu-canastra por meio do projeto em parceria com o ICAS é fundamental para compreendermos melhor os hábitos desse gigante do Cerrado e, assim, aprimorarmos nossos processos com foco na conservação da biodiversidade em nossas áreas. É importante ressaltar que todo o manejo florestal da Suzano é desenvolvido com foco na proteção ambiental, o que inclui o plantio em mosaico, programas de restauração ambiental, monitoramento da fauna e implantação de corredores de biodiversidade para conectar fragmentos do Cerrado, dentro e fora de suas áreas”, explicou o coordenador de Meio Ambiente da Suzano em Mato Grosso do Sul, Renato Cipriano Rocha.
Além disso, o animal também recebeu um transmissor GPS, que fornecerá, durante três meses, informações sobre seu comportamento. O equipamento vai registrar um ponto de localização a cada sete minutos e identificar se está parado, caminhando ou cavando.
Segundo o biólogo do Programa de Conservação do Tatu-canastra e do ICAS, Gabriel Massocato, o projeto é importante para ter mais conhecimento sobre a espécie.
“Com a captura do primeiro indivíduo na área da Suzano, iniciamos o monitoramento do deslocamento da espécie em um ambiente composto por Cerrado e plantações de eucalipto. O objetivo é conservar o tatu-canastra, independentemente de onde ele esteja. As plantações de eucalipto são uma realidade no Estado e estão em expansão. Ao compreender o comportamento da espécie nessas áreas, conseguimos otimizar os corredores ecológicos, promovendo a conectividade e permitindo a circulação dos animais com mais segurança”, pontuou.
A Suzano possui uma área florestal de 808,469 mil hectares em Mato Grosso do Sul, sendo que 249,807 mil hectares são destinados exclusivamente à conservação da biodiversidade.
Nessas áreas, já foram identificadas mais de 1,5 mil espécies: 770 plantas, 388 aves, 136 insetos, 92 mamíferos, 68 peixes, 61 répteis e 41 anfíbios.
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