Investigação sobre bebidas com metanol é ampliada após mortes em SP
PF suspeita de rede nacional de adulteração em gin, vodka e uísque; Estado segue sem registrar casos

PF (Polícia Federal) ampliou, nesta terça-feira (30), a investigação sobre bebidas alcoólicas contaminadas com metanol após a morte de três pessoas e novos casos suspeitos em São Paulo. O inquérito foi aberto pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública para apurar uma possível rede nacional de distribuição de produtos adulterados. A medida busca prevenir riscos em todo o país, ainda que não existam indícios em outros estados.
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O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que há sinais de que a contaminação pode ultrapassar São Paulo, mas reforçou que ainda não há registros fora do estado. Seis casos já foram confirmados na capital paulista e outros dez seguem em análise em cidades como São Bernardo do Campo, Limeira, Itapecerica da Serra e Campinas.
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O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, destacou que a apuração deve verificar também “se há conexões com o crime organizado”.
Mesmo sem notificações, ainda assim, bares de Campo Grande emitiram notas para reforçar a confiança dos clientes. O Tatu Bola, que também opera em São Paulo, declarou que “repudia qualquer tipo de falsificação ou adulteração” e que todos os seus produtos são adquiridos de fabricantes ou distribuidores oficiais, “[...] sempre com nota fiscal, lacrados e com selo de autenticidade”. O bar ressaltou ainda que mantém “protocolos de controle de qualidade em todas as etapas da operação”.
A Malibu Bartenders também divulgou nota destacando que preza pela qualidade e procedência de cada bebida utilizada nos serviços. Segundo o comunicado, a escolha de fornecedores é feita de forma criteriosa, “[...] selecionando rigorosamente parceiros que compartilham dos mesmos padrões de excelência e responsabilidade, garantindo a segurança e a confiança dos nossos clientes”.
As manifestações locais se somam às da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). A entidade nacional classificou a contaminação como “um alerta grave de saúde pública” e informou que, até agora, há registros de cinco mortes e 22 ocorrências suspeitas em investigação em São Paulo, das quais apenas uma confirmou presença de metanol. A Abrasel afirmou ainda que a falsificação de bebidas é um problema antigo e conhecido no Brasil e lamentou que a primeira ocorrência tenha levado mais de um mês para vir a público, o que retardou medidas de prevenção.
A sucursal sul-mato-grossense da associação reforçou que, embora a investigação tenha sido ampliada, não existem casos ativos no Estado. O presidente regional, João Francisco Denardi, destacou que a entidade manifesta profunda preocupação e orientou bares e restaurantes a suspenderem imediatamente qualquer produto suspeito. "É preciso que o consumidor observe sinais como preços muito baixos, lacres tortos, erros de impressão e odor semelhante a solventes", explicou.
Em âmbito nacional, o Ministério da Saúde informou que vai emitir uma nota técnica para orientar secretarias estaduais e municipais na identificação de casos suspeitos de intoxicação por metanol.
Já a Secretaria Nacional do Consumidor abriu processo administrativo para acompanhar a proteção dos consumidores. O ministro Alexandre Padilha disse que o rastreamento de ocorrências será feito em conjunto com as vigilâncias locais, de forma a padronizar a resposta em todo o país.
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