Irmãos e mais 3 empresários são investigados em esquema de contrabando
Advogado de um deles afirma que sociedade já acabou e que não há irregularidade
Dois irmãos e outros três empresários são investigados na Operação Ligação Familiar, que mira os crimes de descaminho e lavagem de dinheiro. A lista de alvos tem os irmãos Renan e Renier de Souza Pinheiro, além de Marcos Freire Junior, Wanderson Lorais Salviano da Silva e Dyegho Magno Miranda Amarilho.
RESUMO
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A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram a Operação Ligação Familiar, que investiga dois irmãos e três empresários por suspeita de descaminho e lavagem de dinheiro em Campo Grande e Ribas do Rio Pardo. Os alvos são os irmãos Renan e Renier de Souza Pinheiro, além de Marcos Freire Junior, Wanderson Lorais Salviano da Silva e Dyegho Magno Miranda Amarilho. As empresas investigadas, especializadas na venda de celulares e eletrônicos importados, movimentaram R$ 290 milhões entre janeiro de 2020 e abril de 2025, emitindo R$ 18 milhões em notas fiscais. A operação cumpriu 10 mandados de busca e apreensão, com indícios de movimentação financeira incompatível e enriquecimento ilícito dos envolvidos.
Renier Pinheiro é sócio- administrador da loja Universo do Celular Ltda, localizada em galeria na Rua Ceará, em Campo Grande. Equipes da PF (Polícia Federal) e da Receita Federal chegaram no começo da manhã desta sexta-feira (dia 3) ao local. Foram apreendidos celulares, a maioria da marca iPhone.
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A loja de Marcos Freire Junior,a Carandá Imports, no Jardim São Bento, também foi vasculhada na operação. Mas nada foi recolhido, diante da confirmação da procedência legal dos produtos eletrônicos. Ele chegou à loja durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão. Contudo, não quis falar com a imprensa.
O advogado Cairo Frazão disse que Marcos se tornou alvo por conta de uma antiga sociedade com os irmãos Pinheiro e os outros dois empresários.
“Teve essa sociedade mesmo, com cinco sócios. Mas houve a dissolução e depois cada um abriu seu próprio negócio. Porém, os nomes ficaram vinculados aos CNPJs [Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica] anteriores. A defesa entende que foi isso que gerou a vinculação do nosso cliente. Mas estamos trabalhando para mostrar que não tem nada de errado”.
Frazão, que acompanhou o cumprimento da ordem judicial, destacou que nada foi levado da loja. “Aqui não tem nada a ser escondido. Foi constatado que tudo está dentro dos conformes, dentro da lei. Todos os itens que estão na loja têm a devida comprovação aduaneira e de nota fiscal, todos estão devidamente legalizados”, afirma o advogado.
Na Rua José Nogueira Vieira, via comercial no Jardim Itatiaia, equipes da PF e da Receita cumpriram mandado na Gold Imports, uma pequena loja, que foi esvaziada. No local, foram abertos dois cofres. Um estava vazio e do outro foram levados cinco celulares e uma arma de fogo.
A ação mira empresas em Campo Grande e Ribas do Rio Pardo. No interior, o alvo foi a loja iPhone Ribas. A reportagem não conseguiu contato com os demais citados.
Conforme a investigação, as lojas vendem mercadorias de procedência estrangeira que entram irregularmente em território nacional, em especial, celulares de alto valor agregado.
A rede de empresas é vinculada a um grupo de irmãos e amigos próximos. Elas se destacam pela emissão de notas fiscais inidôneas, notas frias, que são utilizadas para acobertar a comercialização e o transporte de mercadorias, seja por transportadoras ou Correios. No período de janeiro de 2020 a abril de 2025, as empresas emitiram mais de R$ 18 milhões em notas fiscais de vendas e, de acordo com a análise bancária, realizaram movimentações financeiras de R$ 290 milhões.
As informações fiscais dos sócios apontam indícios de movimentação financeira incompatível, ocultação de renda e patrimônio, enriquecimento ilícito, além de outros indícios de fraudes tributárias.
São cumpridos 10 mandados de busca e apreensão. Os responsáveis poderão responder pelos crimes de descaminho e de lavagem de dinheiro. Participam da operação 14 auditores-fiscais, 29 analistas-tributários e 29 policiais federais. Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Federal de Campo Grande.
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