ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
MAIO, DOMINGO  25    CAMPO GRANDE 21º

Cidades

Justiça cria comitê para melhorias no sistema penal em MS

Medida atende determinação do STF para enfrentar superlotação e condições degradantes nos presídios

Por Kamila Alcântara | 09/03/2025 10:34
Justiça cria comitê para melhorias no sistema penal em MS
Policiais penais durante revista em celas do Presídio de Segurança Máxima (Foto/Divulgação)

O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) instituiu, por meio de portaria disponível no Diário da Justiça de segunda-feira (10), o Comitê Estadual de Políticas Penais. A criação do grupo atende a uma determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), que exige providências para solucionar problemas estruturais do sistema carcerário, como superlotação e condições degradantes.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) criou o Comitê Estadual de Políticas Penais para enfrentar problemas no sistema carcerário, como superlotação e condições degradantes, em resposta a uma determinação do STF. A iniciativa, em parceria com a Sejusp e a Agepen, visa melhorar a assistência a presos e egressos, promovendo a reintegração social e combatendo discriminações. O comitê implementará políticas alternativas ao encarceramento e terá 50 ações para humanizar o sistema penal. O regimento interno será elaborado em 90 dias, com a participação de especialistas externos.

De acordo com o último levantamento da população prisional em Mato Grosso do Sul, feito em janeiro, o total de presos é de 22 mil, enquanto o número de vagas no sistema é de 12,4 mil. Desses, 13,6 mil já foram condenados e 242 são estrangeiros.

A medida foi pactuada entre o Tribunal, a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) e a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). O objetivo é garantir assistência a presos, internados e egressos, facilitando sua reintegração social.

“Considerando a necessidade de qualificar o ciclo do sistema penal, promover a cidadania e proteção social das pessoas submetidas às políticas penais, como fator de diminuição da reentrada no sistema de justiça criminal, conforme resoluções do CNJ (Conselho Nacional de Justiça)", destaca o documento.

O Comitê terá o compromisso de implementar políticas alternativas ao encarceramento, garantir proteção a grupos vulneráveis, como idosos, LGBTQIA+ e indígenas, além de corrigir ilegalidades apontadas pelo STF na maioria dos presídios brasileiros. A equipe também deverá combater o racismo institucional e outras formas de discriminação no sistema prisional.

Entre os princípios do grupo estão a garantia da dignidade humana, respeito aos direitos fundamentais, melhoria no atendimento a egressos e seus familiares, além da adoção de diretrizes como normalidade, redução de danos, integração, intersetorialidade e individualização da pena.

Ao todo, foram estabelecidas 50 ações consideradas essenciais para a humanização do sistema penal. O regimento interno do Comitê será elaborado em até 90 dias e foi assinado pelo presidente do TJMS, desembargador Dorival Pavan, pelo secretário estadual de Segurança, Carlos Videira, e pelo diretor da Agepen, Rodrigo Maiorchini.

Especialistas e consultores externos poderão ser convidados a participar das reuniões e contribuir com as discussões.

Entenda - Em fevereiro, o Ministério da Justiça e o CNJ lançaram o Plano Pena Justa para combater os problemas estruturais do sistema penitenciário. O projeto prevê 50 ações e mais de 300 metas, a serem cumpridas até 2027.

A iniciativa surgiu após o STF reconhecer, em outubro de 2023, o “estado de coisas inconstitucional” nas prisões do país e exigir medidas urgentes para enfrentar a superlotação e as condições precárias das unidades prisionais.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias