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Cidades

Justiça mantém preso PM acusado de ser “funcionário” de contrabandista

Defesa de Joacir Ratier de Souza havia pleiteado suspensão de processo por já ser investigado na Auditoria Militar de MS

Humberto Marques | 11/07/2019 19:00
Nepsis apurou esquema de contrabando de cigarros com participação de policiais. (Foto: Arquivo)
Nepsis apurou esquema de contrabando de cigarros com participação de policiais. (Foto: Arquivo)

Decisão da 2ª Vara Federal de Ponta Porã –a 329 km de Campo Grande– manteve a competência do Judiciário Federal e negou pedido de liberdade ao policial militar Joacir Ratier de Souza, preso durante a Operação Nepsis sob acusação de participação em um esquema de contrabando de cigarros que funcionava na fronteira com o Paraguai. A defesa do denunciado tentava anular a denúncia, uma vez que Souza já responde pelos atos na Auditoria Militar de Mato Grosso do Sul.

A decisão do juiz responsável seguiu parecer do MPF (Ministério Público Federal), que conduziu apurações da Nepsis e acusou o policial de crimes como associação criminosa, corrupção passiva e contrabando. Lotado em Dourados –a 233 km da Capital–, Ratier de Souza foi preso em 20 de setembro de 2018 sob acusação de ser “funcionário” do ex-PM Fábio Costa, o “Pingo”, apontado como chefe do contrabando na fronteira.

O policial seria pago para garantir que carretas de cigarro passassem pela região sem enfrentar fiscalizações e, para tanto, atuava para cooptar outros PMs e pagava propinas. Em abril de 2018, foram encontrados com ele envelopes com R$ 94 mil destinados aos codinomes “P2 Peixe”, “Douradina” e “Escala Bug”.

Na decisão, a Justiça apontou interesse da União para atuar no caso –uma vez que a Nepsis apurou um crime transnacional. Além disso, destacou não haver evidências de que os crimes sob análise estariam sujeitos à administração militar ou ofendido bens jurídicos sob competência de tal ente, reiterando ainda não haver tempo excessivo da prisão de Ratier de Souza.

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