Justiça prorroga estadia em Mossoró de PM acusado de liderar quadrilha
O principal processo da Laços de Família tem 19 réus e uma séries de crimes
A Justiça Federal prorrogou por mais 360 dias a permanência dos presos Silvio César Molina (policial militar apontado como chefe de quadrilha), Douglas Alves Rocha e Jefferson Alves Rocha, alvos da operação Laços de Família, na penitenciária federal de Mossoró (Rio Grande do Norte). A decisão veio perto do fim do prazo, que terminaria na próxima quinta-feira (dia 10).
No ano passado, a transferência foi realizada sob os argumentos de risco de fuga, participação em organização criminosa de âmbito nacional e com interações internacionais, alta periculosidade e privilégios junto às instituições públicas.
O MPF (Ministério Público Federal) solicitou a renovação do prazo de permanência dos réus no presídio federal de Mossoró, com justificativa de que os fundamentos que legitimaram a inclusão definitiva na unidade penal seguem inalterados.
A defesa afirma que não há qualquer elemento que comprove a suposta tentativa de fuga dos réus, que a permanência dos custodiados em Mossoró gera enorme prejuízo aos acusados e que a transferência para Mato Grosso do Sul facilitaria, inclusive, os interrogatórios.
Conforme decisão da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, que prorrogou a permanência em Mossoró, a “influência e articulação do grupo permite concluir que a custodia dos réus em estabelecimento inadequado permitiria, inclusive, o domínio do tráfico de drogas na região, mesmo de dentro da prisão”.
PCC - De acordo com as investigações da Polícia Federal, que deflagrou a operação em junho de 2018, o policial militar Silvio César Molina Azevedo liderava um grupo que atuava com características de máfia em Mundo Novo, a 476 km de Campo Grande, e tinha relações comerciais no tráfico de maconha com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
O principal processo da Laços de Família tem 19 réus e uma séries de crimes: tráfico de drogas, associação para o tráfico, posse de arma de fogo, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Foram identificados vários núcleos, como o familiar, que era liderado pelo policial; o operacional e apoio logístico, integrados por gerentes; e os “correrias”, definição para quem presta toda a sorte de serviços (motorista, segurança pessoal de membros do grupo).
Durante a investigação, a PF apreendeu R$ 317.498,16, joias avaliadas em R$ 81.334,25, duas pistolas, 27 toneladas de maconha, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga.