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Cidades

MS cobra 106 mil vacinas não enviadas por Ministério

Foram feitos pelo menos cinco pedidos semelhantes nas últimas semanas; Estado alega redução no quantitativo

Guilherme Correia | 12/08/2021 14:05
Na foto, ampolas de vacinas contra a covid-19 descartadas após uso. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Na foto, ampolas de vacinas contra a covid-19 descartadas após uso. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

O governo de Mato Grosso do Sul cobra o Ministério da Saúde 106,1 mil doses de vacinas contra a covid-19, que deveriam ser entregues entre julho e agosto. Segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde), que encaminhou ofício ao órgão federal responsável pela distribuição dos imunizantes adquiridos pela União, há um déficit desde 2 de julho.

No começo deste mês, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende já havia afirmado que o Ministério da Saúde tinha reduzido o percentual de distribuição ao Estado.

Em publicação feita no site oficial de notícias da pasta, foi informado que foram feito cinco pedidos semelhantes "solicitando esclarecimentos sobre a redução do envio de doses e também que Mato Grosso do Sul receba a compensação dos imunizantes para que ocorra o equilíbrio entre as pautas de distribuição".

A Secretaria de Estado de Saúde acredita que não será necessário judicializar essa questão, como outras unidades da federação estão fazendo em relação a redução do envio de doses", diz a pasta.

Segundo a SES, o Ministério passou a enviar desde 2 de julho doses a menos para Mato Grosso do Sul - até o 28º lote, recebia-se em média 1,46% das doses totais de cada distribuição, enquanto entre as 29ª e 37ª pautas de distribuições, esse quantitativo caiu para 1,29%, totalizando 106.172 doses que deveriam ter sido entregues.

Distribuição - Segundo dados do Ministério da Saúde, comparados pela reportagem com última estimativa populacional fornecida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Mato Grosso do Sul é o terceiro estado brasileiro que mais recebeu doses, atrás apenas do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.

Para essa distribuição, foram considerados vários critérios populacionais, tais como incidência de população priorizada inicialmente, como idosos, indígenas ou profissionais de saúde, por exemplo.

Vale lembrar que a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) elaborou estudo imunológico nos 13 municípios da fronteira sul-mato-grossense, que angariou 165,5 mil doses de Janssen a mais do que o previsto.

EstadoPopulaçãoDoses enviadasProporção
Rio Grande do Sul           11.422.973        11.824.346103,5%
Rio de Janeiro           17.366.189        16.969.57697,7%
Mato Grosso do Sul              2.809.394         2.728.36097,1%
São Paulo           46.289.333        44.572.35296,3%
Santa Catarina              7.252.502         6.918.54095,4%
Paraná           11.516.840        10.927.24094,9%
Distrito Federal              3.055.149         2.890.69094,6%
Espírito Santo              4.064.052         3.836.37094,4%
Minas Gerais           21.292.666        19.906.69493,5%
Amazonas              4.207.714         3.895.75092,6%
Acre                 894.470            804.03089,9%
Paraíba              4.039.277         3.524.74087,3%
Rio Grande do Norte              3.534.165         3.061.45086,6%
Maranhão              7.114.598         6.125.38086,1%
Goiás              7.113.540         6.088.94085,6%
Mato Grosso              3.526.220         3.016.66085,5%
Sergipe              2.318.822         1.968.52084,9%
Ceará              9.187.103         7.738.71884,2%
Bahia           14.930.634        12.576.52484,2%
Roraima                 631.181            529.99884,0%
Alagoas              3.351.543         2.808.87083,8%
Pernambuco              9.616.621         8.049.98083,7%
Piauí              3.281.480         2.727.79083,1%
Tocantins              1.590.248         1.290.76081,2%
Rondônia              1.796.460         1.435.49879,9%
Pará              8.690.745         6.616.12076,1%
Amapá                 861.773            637.73074,0%

Mato Grosso do Sul é o estado que, proporcionalmente, mais vacinou a população em todo Brasil. O titular da SES, Geraldo Resende, ressaltou que essa redução não considera os esforços feitos na distribuição e aplicação, por parte dos municípios.

"Nosso Estado desde o início da estratégia de distribuição e vacinação prezou pela eficiência, rapidez, logística adequada para chegarmos rapidamente ao cidadão, e parece que estamos sendo punidos pela eficiência, pela rapidez e agilidade, por isso, nosso argumento de que é preciso haver um equilíbrio na distribuição das vacinas”.

São mais de 86% da população adulta vacinável maior de 18 anos com pelo menos uma dose, enquanto 49% foram imunizados com duas vacinas ou dose única.

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