MS é 6º do País a iniciar vacinação contra covid
Indígena recebeu primeira dose e imunizante já seguiu para o interior, onde até às 8 horas de terça deve começar vacinação
Vacinação iniciada em Mato Grosso do Sul. A primeira dose da Coronavac foi simbólica, aplicada na indígena Domingas da Silva, de 92 anos, em solenidade no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. O Estado é o sexto País a começar a vacinação, depois de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás e Piauí.
“Graças a Deus estou muito feliz em ter sido escolhida, quero agradecer muito”, comentou Domingas sobre a felicidade de ser a primeira na lista de imunização. Ela ainda terá de tomar a segunda dose para garantir a proteção, assim como manda o protocolo mundial.
Estrutura logística foi montada pelo Governo estadual de tal maneira que maioria dos municípios possa ter o imunizante até às 8 horas de amanhã. O comboio com as doses sai ás 20 horas rumo ao interior.
“Somos solidários às famílias que perderam alguém. Esse vírus não escolhe as pessoas. Precisamos entender que a pandemia não passou. Se a gente não tiver um freio no número de contaminações, o sistema vai a colapso”, disse o governador Reinaldo Azambuja em sua fala no evento.
A diretora do HR, Rosana Leite, diz que apesar do ato ser simbólico - já que a vacinação em massa começa só nesta terça-feira -, a escolha pelo hospital como ponto de início “simboliza a fortaleza que tivemos aqui”. A unidade é referência no atendimento de pacientes de covid-19 no Estado.
“Estamos participando de um momento histórico no mundo todo. O Brasil começa a vacinar junto com a gente. Mesmo em baixo quantitativo (são apenas 158 mi doses) é uma luz para o combate da covid-19”, reforça.
Sobre isso, Rosana comenta ainda que “a gente tem a consciência de que não teremos doses necessárias nesse momento, mas temos esperança de que eles serão produzidas e ainda no primeiro semestre, os 3 mil trabalhadores de saúde estejam vacinados”.
“Misto de alegria e esperança. Pode não curar a doença e impedir que você a tenha, mas vai impedir sim que você fique grave, vá para um CTI e vá morrer. Isso é muito importante!”, disse Rosana.
Quanto ao profissional da linha de frente escolhido para o start da vacinação, o representante é o nefrologista Márcio Estevão Midom, de 43 anos. o terceiro a ser vacinado hoje. "Vivemos muito sofrimento, angústia. A gente se coloca no lugar do paciente, dos familiares para ajudar da melhor forma possível. O principal agora é incentivar as pessoas a se imunizarem e salvar vidas", comenta o médico.
Na opinião da diretora do HR, Márcio é “ uma pessoa ímpar, que se formou na UFMS e é muito envolvido, excelente clínico, atendeu mais de 100 pacientes graves, representa o quanto o profissional da saúde é importante e honra o juramento da bandeira”.
Além do médico, também foi vacinada a idosa que mora no Asilo São João Bosco, Maria Bezerra, 83 anos, a segunda na fila deste histórico 18 de janeiro.
A uma semana do aniversário de 83 anos, a pernambucana foi escolhida dentre um total de 83 pessoas acolhidas porque está bem de saúde.
Caso a vacinação começasse nas dependências do São João Bosco, no Bairro Tiradentes, a direção ia sugerir que a campanha começasse pela moradora mais velha, que tem 94 anos.
Mais pessoas – O secretário de saúde Geraldo Resende, por sua vez, lembrou que as três pessoas listadas: profissional da saúde, uma indígena e uma idosa de instituição de longa permanência, resumem o grupo que será prioridade na primeira fase de imunização. "Vamos construir equipes volantes para imunizar esse pessoal”.
Primeiro dia - Desde o momento em que embarcou ontem para buscar as doses do Butantan, em São Paulo, Resende tem se emocionado ao falar dessa nova etapa da luta contra o coronavírus, que completa um ano em março, quando os primeiros casos foram registrados em Mato Grosso do Sul.
“A vacinação agora representa salvar vidas. A gente viu ao longo do enfrentamento da pandemia, várias pessoas se sacrificando para salvar vidas, também tivemos a fase da negação, mas a gente, com a vacina, está vencendo as trevas e obscuridade”.
Cada frasco da CoronaVac tem 10 doses, assim, além dos três listados, outras sete pessoas foram escolhidas no momento da solenidade. “Vamos chamar algumas outras pessoas para aproveitar”, disse a diretora do HR pouco antes da continuidade da vacinação.
Pega de surpresa para ser vacinada, Sandra Maria de Lima, 50, trabalha desde 2006 no Hospital Regional. Ela é justamente quem aplicou a vacina na primeira imunizada do Estado e recebeu também a dose nesta segunda..
"É muita emoção, fiquei muito feliz, a palavra é gratidão, a tudo, nossa esperança chegou, fico feliz de ter vacinado a primeira pessoa. Já cheguei a vacinar mais de 600 pessoas por mês, ou mais. Na pandemia diminuiu", comentou.
Para ela, a vacina é "é um sinal de esperança, é o que nós precisamos. A vacina é o que vai diminuir números, é o que vai fazer a economia caminhar, a população vacinada vai diminuir a doença, sou muito agradecida aos cientistas, ao pessoal da saúde, tenho orgulho de fazer parte. Espero que toda a população seja vacinada", torce.