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Cidades

Na 2ª operação em 11 dias, PF vai atrás de “laranjas” do tráfico de cocaína

Policiais cumprem mandados em MS, mais quatro estados e no Paraguai

Anahi Zurutuza e Bruna Marques | 11/09/2020 07:15
Em Campo Grande, um dos mandados é cumprido em garagem de veículos, a JV Motors, na Avenida Salgado Filho (Foto: Henrique Kawaminami)
Em Campo Grande, um dos mandados é cumprido em garagem de veículos, a JV Motors, na Avenida Salgado Filho (Foto: Henrique Kawaminami)

Em ação coordenada por Mato Grosso do Sul e deflagrada 8 dias após a nomeação do novo superintendente, delegado Marcelo Correia Botelho, a PF (Polícia Federal) está nas ruas de Campo Grande, Ponta Porã, Dourados, cidades de mais quatro estados brasileiros e do Paraguai “à caça” de “laranjas” do tráfico internacional de drogas. Empresas usadas na lavagem do dinheiro obtido com o comércio de entorpecentes também são alvo.

Ao todo, a PF cumpre 8 mandados de prisão preventiva, 42 de busca e apreensão, além de ordens para o sequestro de bens que totalizam R$ 230 milhões em patrimônio de traficantes no Brasil e no Paraguai.

Dez imóveis, no valor de R$ 150 milhões, são no país vizinho. Com ajuda da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, são cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 12 busca em Assunção e Pedro Juan Caballero.

Em Campo Grande, um dos mandados é cumprido em garagem de veículos de luxo, a JV Motors, na Avenida Salgado Filho.

A PF também faz buscas em fazendas em Barra do Garças, no Mato Grosso. Policiais estão ainda nas ruas de Cuiabá (MT), Primavera do Leste (MT), Curitiba (PR), Londrina (PR), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

Conforme a investigação, o grupo alvo tem como modo de ação lavar o dinheiro do tráfico por meio de construtoras, administradoras de imóveis, lojas de veículos de luxo, dentre outras. A estrutura também contava com uma rede de doleiros do Paraguai, com operadores em cidades brasileiras.

De acordo com a corporação, a operação foi batizada de Status “em alusão à ostentação de alto padrão de vida mantida pelos líderes da organização criminosa, com participações em eventos de arrancadas com veículos esportivos de alto valor, contratação de artistas famosos para festas e residências de luxo”.

Dinheiro apreendido em um dos endereços visitados (Foto: PF/Divulgação)
Dinheiro apreendido em um dos endereços visitados (Foto: PF/Divulgação)

Caixa Forte - A Operação Status é a segunda que a PF faz em 11 dias contra organizações criminosas voltadas para o tráfico. No dia 31 de agosto, no aniversário de fundação do PCC (Primeiro Comando da Capital), a PF de Minas Gerais deflagrou a segunda fase da Operação Caixa Forte, também contra a lavagem de dinheiro do lucro obtidos com os crimes ordenados pela facção.

Parte do dinheiro arrecadado no "Setor do Progresso", segundo a investigação, é direcionado para o "Setor Ajuda", responsável por pagar mesadas de até R$ 4 mil a integrantes da organização presos, além de manter as famílias dos detentos.

No ranking da operação, Mato Grosso do Sul ficou atrás apenas do Paraná, para onde foram expedidos 101 mandados de prisão. Das 85 ordens de prisão no Estado, 74 eram para Campo Grande.

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